Uma tarde surpreendi no oitão da capela Luís Padilha
discursando para Marciano e Casimiro Lopes:
– Um roubo. É o que tem sido demonstrado
categoricamente pelos filósofos e vem nos livros. Vejam:
mais de uma légua de terra, casas, mata, açude, gado,
tudo de um homem. Não está certo.
Marciano, mulato esbodegado, regalou-se,
entronchando-se todo e mostrando as gengivas
banguelas:
– O senhor tem razão, Seu Padilha. Eu não entendo, sou
bruto, mas perco o sono assuntando nisso.
Casimiro Lopes franziu as ventas, declarou que as
coisas desde o começo do mundo tinham dono.
– Qual dono!, gritou Padilha. O que há é que morremos
trabalhando para enriquecer os outros.
Saí da sacristia e estourei:
– Por esta vez passa. Mas se me constar que vocês
andam com saltos de pulga, chamo o delegado de
polícia, que isto aqui não é a Rússia, estão ouvindo?
E sumam-se.
Fonte: RAMOS, Graciliano. São Bernardo. 87a. ed. Rio de Janeiro: Record,
Nessa passagem de São Bernardo (1934), de Graciliano
Ramos, o discurso defendido por Padilha e combatido
pelo narrador e personagem central, Paulo Honório,
remete às ideias
a) iluministas, que motivaram a Revolução de 1789.
b) nacionalistas, defendidas na Revolução de 1930.
c) socialistas, que implicaram a Revolução de 1917.
d) capitalistas, presentes na tensão da Guerra Fria.
e) anticomunistas, presentes na Revolução de 1964.
2008, p.68-69 (fragmentos).
Soluções para a tarefa
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É a c! O diálogo é considerado socialista, e no término do texto é combatido com: " aqui não é Rússia.
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Resposta:
Letra c
Explicação:
Está correto pois foi uma questão de prova minha
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