História, perguntado por Amandexxx, 11 meses atrás

uma resenha de como surgiram as primeiras cidades​

Soluções para a tarefa

Respondido por JoseBahls
1

A história das cidades, em geral, remete a períodos da Antiguidade, sendo que as primeiras cidades teriam surgido entre quinze a cinco mil anos, dependendo das diversas interpretações sobre o que delimita exatamente um antigo assentamento permanente e uma cidade. As primeiras verdadeiras cidades são por vezes consideradas grandes assentamentos permanentes nos quais os seus habitantes não são mais simplesmente fazendeiros da área que cerca o assentamento, mas passaram a trabalhar em ocupações mais especializadas na cidade, onde o comércio, o estoque da produção agrícola e o poder foram centralizados. Sociedades que vivem em cidades são frequentemente chamadas de civilizações. O ramo da história direcionada ao estudo da natureza histórica das cidades e do processo de urbanização é a história urbana.

De acordo com Pinsky (1987) não há unanimidade para estabelecer os motivos pelos quais as primeiras sociedades organizaram cidades, visto que isso “decorre de uma série de circunstâncias sociais (...) complexas.” (PINSKY, 1987:42) Para o autor (apud BRAIDWOOD, 1985), existe uma hipótese de que há maior facilidade para o cultivo em vales e em encostas de montanhas e, como acontecia com a Síria e com a Palestina, outros elementos facilitavam ainda mais tal prática. Contudo, a realidade era diferente com as regiões onde formou-se o Egito e a Mesopotâmia, pois seus territórios sofriam com a falta de chuvas, tendo como único benefício as cheias de seus rios para fertilização que, no entanto, tornava-se também um problema quando não se conseguia controlar. O Egito, apesar de ter o solo fertilizado pelas cheias do Nilo, precisava conviver com os crocodilos que apareciam nos pântanos formados. Também seria necessário construir diques e reservatórios a fim de controlar e evitar encharcamento e/ou gretassão do solo. Na mesopotâmia as inundações eram muito mais fortes devido ao degelo das vertentes imprevisíveis. Nesse caso eram necessárias valas para que as águas vazassem e não inundassem desastrosamente a região. Ambas situações, dentre outras, combinavam fertilização, que possibilitava a agricultura, com acidentes, que exigiam organização e sistematização para evitar o pior, o que não acontecia nas outras regiões com plantio facilitado. Portanto, , o cultivo possibilitou a urbanização, e as dificuldades, o desenvolvimento, sendo a base para o nascimento das primeiras civilizações.

“A queda de chuva no vale do Nilo é quase nula, não ultrapassando os 100-200mm por ano no delta. Sem o Nilo, a agricultura no Egito seria inviável, excepto [sic], talvez, na costa mediterrânea. O Nilo é uma fonte de água mais regular e previsível do que qualquer outro dos grandes rios do mundo, cujos vales são utilizados para irrigação. Na Antiguidade, a sua cheia anual, entre junho e outubro, cobria a maior parte do terreno do vale e do delta e permitia, mediante uma gestão cuidadosa da água depositada, a obtenção de uma colheita.” (BAINES e MÁLEK, 1996:14)

Conforme Cardoso (1987), no período Paleolítico foram encontrados instrumentos de sílex próximo às margens do Nilo, no Alto Egito. O deserto do Saara formou-se lentamente após a última glaciação das latitudes mais altas. Tal lento processo possibilitou a migração de povos ao vale do Nilo, o que explica serem as ferramentas encontradas semelhantes às demais descobertas no continente africano. Cardoso (1987) analisa o fato de que no ocidente do Delta foram encontrados vestígios de atividades agrícolas, onde desenvolveram-se povos agrupados com características sedentárias (cultura Fauym, aproximadamente 4500 a.C.) “plantando cereais e linho, fabricando cestas, tecidos, cerâmica grosseira, variados instrumentos de sílex e outras pedras.” (CARDOSO, 1987:45)

Perguntas interessantes