Uma redação com o tema "o brasileiro que o Brasil quer"
Soluções para a tarefa
Depois da enxurrada de vídeos remetidos à Globo por cidadãos de todos os recantos do país, inclusive de dezenas de municípios de nomes esquisitos que nem sequer imaginávamos existir, parece não haver mais dúvida sobre o Brasil que os brasileiros querem para o futuro. Excluídas algumas manifestações mais criativas e os tradicionais xingamentos a políticos, os artistas por 15 segundos que aparecem nos celulares “deitados” vêm apelando por um país sem corrupção, sem poluição, sem obras inacabadas, sem miséria, sem violência, com educação, saúde, segurança e empregos para todos, de preferência remunerados com salários dignos.
"Quero cidadãos que se posicionem, mas também que ajam; que não apenas exijam um país melhor, mas que também ajudem a construí-lo"
É muito comum ouvirmos que o brasileiro não valoriza a educação. De fato, em diversas pesquisas ao longo dos últimos anos, quando perguntado sobre o que é mais importante fazer pelo Brasil, costuma-se posicionar o tema atrás de saúde, emprego, combate à corrupção e segurança.
A má notícia é que esse dado mostra que deixaram de confiar no poder público e, consequentemente, de nutrir expectativas de que dele venha uma educação de qualidade.
Como unir as duas pontas, ou seja, proporcionar um grande salto de qualidade e equidade na educação básica pública sem que tenhamos de esperar por décadas?
Primeiro, é importante perceber onde estamos pisando. Há um grave cenário de estagnação da aprendizagem. Quase 55% das crianças estão praticamente analfabetas no terceiro ano do ensino fundamental. Como aceitar um país que, na largada, simplesmente descarta boa parte do seu futuro? Que aceita crianças analfabetas aos 8 anos de idade?
Aqui, vejam, não há soluções mágicas nem pontuais. Um tema de políticas públicas complexo, com histórico de descaso e deficiências acumuladas, necessita de uma abordagem sistêmica, intensiva e com gestão de alto padrão.