Uma pergunta recorrente é: como conciliar a Antropologia, que privilegia os estudos das diferenças culturais, com um projeto educacional de intervenção na realidade? Para Dauster (1994) pelo menos no caso do ensino de elementos culturais, ou mesmo no ensino de Antropologia, deve-se permitir ao educador apreender outras relações e posturas, de modo a absorver da literatura antropológica o máximo que puder, pois esta é outra linguagem e as suas ferramentas podem auxiliar o educador a perceber outras dúvidas sobre os fenômenos tidos como educativos, não apenas dentro do ambiente escolar, mas aquilo que está fora. Assim, o diferente passa a ser visto com outros olhos – e não como inferior –; de modo que outras culturas podem proporcionar novos aprendizados, inéditas abordagens na forma de educar, ou seja, não se “privatiza a cultura” destruindo estereótipos a partir de novas referências, “[...] buscando entender uma outra racionalidade nos seus termos. Esta atitude de estranhamento visa, por meio da análise de relações sociais concretas, o questionamento de categorias abstratas e o conhecimento mais complexo da realidade”. (DUSTER, 1994) Por isso a proposta de trabalho de Tânia Dauster (1994) passa pelo conhecimento e pela qualificação do profissional que desempenha o papel de utilizar a Antropologia como ferramenta na Educação. Considerando este excerto, assinale a alternativa INCORRETA:
a.
O espaço de diálogo entre Antropologia e Educação tem se mostrado muito importante para a sociedade contemporânea, uma vez que traz à luz discussões necessárias como, por exemplo, a complexidade das relações entre expressões culturais, provocados por fenômenos como o êxodo rural, as ondas migratórias ou, até mesmo, o reconhecimento de identidades antes subjugadas.
b.
Se levarmos adiante o raciocínio desta pesquisadora, a Antropologia oferece uma forma eficiente e privilegiada para a pesquisa e formação dos educadores.
c.
Ao recorrer à Antropologia como ferramenta, o educador pode tomar como proposta de ensino o trabalho intensivo sobre as práticas de investigação etnográfica, conhecendo diretamente autores e suas monografias, discutindo escolhas, trabalhando conceitos forjados no âmbito da disciplina, no contexto da obra dos autores, com particular destaque para as definições de cultura.
d.
Em um mundo globalizado, em que ao invés de incorporar as diferenças, tem a tendência de homogeneizar o processo educativo e, com isso, os diversos modos de conhecer, o método etnográfico ajudaria a repensar os casos e conceitos em torno da Educação.
e.
Sabendo do modo como outras culturas conhecem e dão sentido às suas existências, o educador poderia retirar essas pessoas de tais modos de vida forjados pelo preconceito e pela ignorância.
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E
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e. Sabendo do modo como outras culturas conhecem e dão sentido às suas existências, o educador poderia retirar essas pessoas de tais modos de vida forjados pelo preconceito e pela ignorância.
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