uma PEQUENA produção de texto abordando as mudanças nas relações sociais com a pandemia
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Resposta:
“Não era um vírus qualquer da gripe, era um vírus recém-criado e recém-entrado no organismo dos humanos. Como não estávamos habituados a ele, não apresentávamos defesa formada e necessária para evitar tamanha mortalidade”. Esta é a forma como a gripe espanhola foi definida no livro “A história da humanidade contada pelos vírus”, de Stephan Cunha Ujvart. A semelhança é tanta que, por um segundo, essa frase também poderia se referir ao novo coronavírus.
Mas como uma pandemia pode alterar as relações interpessoais e a sociedade como um todo? Como o próprio autor sugere, basta uma viagem através dos séculos para se notar que a evolução social foi permeada por epidemias que dizimaram populações.
O professor de história, Matheus Cury Vieira, de 31 anos, explica que as relações entre epidemia e sociedade são muito mais próximas do que se pode imaginar. “Conhecer as humanidades nos ajuda a perceber que a crise atual não é algo isolado. Seja na Idade Média ou no século 20, as epidemias sempre ameaçaram a estabilidade de nossas sociedades e foram tema de reflexões filosóficas, sociológicas e literárias, que procuram dar uma luz às consequências sociais de tais acontecimentos”, diz.
Os fatos apontam para uma mudança drástica na dinâmica social daqui para frente. Isso é o que afirma a professora Ph.D. em Ciência Política pela Universidade Federal de São Carlos, Mariele Troiano, de 32 anos. “Para conter esse surto foi preciso mudar a principal peça do jogo social, que é o indivíduo. Portanto, mudam-se as relações sociais e políticas de todo um grupo drasticamente”, explica. Ela ressalta ainda sobre as mudanças nas relações de trabalho. “Haverá flexibilização das relações entre empregados e empregadores, expansão do setor terciário, dos empregos informais e terceirizados. Além disso, ao profissional que permanecerá no mercado de trabalho, de algum modo será exigido por uma capacidade de pensar digitalmente e a lidar com a tecnologia no dia a dia”, reitera.
No quesito trabalhista, o professor de história, Thiago Avansi, de 34 anos, projeta uma expansão das atividades a distância. “A possibilidade de trabalho home office se tornará muito mais popular. Da mesma forma, em relação à educação, talvez o ensino EAD também se torne muito mais comum. Isso não quer dizer que seja algo bom ou ruim. Vale ressaltar que inúmeras civilizações ressurgiram após momentos de crise e se tornaram muito melhores”, reflete.