Uma menina muito ressabiada. Era como se tivesse medo de gente. Família, padrinhos, vizinhos e professores
não conseguiam entender o que a impedia de viver em paz com seus iguais.
"Mas o problema é justamente esse", gesticulava ela, amaciando com seus dedinhos o pêlo macio de seu gato
magro, branco e preto - o Bandidão. "Não somos iguais, não somos iguais, é tudo mentira. Eu olho para a Pati, o Ivan,
o Ademir, a Tatá e só vejo diferenças."
Os adultos se entreolhavam desanimados e pediam mais explicações. "Como diferentes, minha filha? Somos
seres humanos, gente igual a você, iguais entre nós: duas pernas, dois bracinhos, dois olhos, uma língua, um cérebro,
dez dedos na mão, dez no pé..."
Bandidão não estava nem aí para aquela conversa sempre tão óbvia. Entediado, deu um pinote, abandonando o
colo de sua dona. Mas, ainda no ar, enquanto preparava suas patas para uma aterrissagem em segurança, ouviu sair dos
lábios dela, também como um pinote, algo que a garota nunca havia dito: "E quem não tem duas pernas? Ou não
escuta? Ou tem dois olhos, mas um é de vidro? Ou é muito feio? Aí não é gente? Para ser gente não basta nascer? E os
bebês, não são diferentes? Por que vocês insistem em me convencer de que somos iguais? Gente não é como
figurinha, que nós arrumamos em fila, deixando de lado as amassadas e as rasgadas para decidir o que fazer com elas
depois".
Bandidão estava emocionado. Entendera tudo, ora pois pois. A menina não tinha medo de gente. Acuada,
sofria por outras razões. Faltava-lhe era coragem para discordar do pensamento dos adultos.
Confiante por ter conseguido, enfim, explicar sua angústia para os pais, ela experimentou uma sensação nova:
sentiu pressa, muita pressa de ir para a escola. Pela primeira vez, sentia prazer em ser gente. Dedicou um último olhar
de amor para Bandidão e seguiu pela rua.
❖ Reflita sobre o Conto de Claudia Werneck e responda:
a) “Não somos figurinhas”, a escolha deste título não é inocente, o que a autora quiz dizer com ele?
b) Qual é o tema central deste conto?
c) Qual os anseios da menina?
d) "Não somos iguais, não somos iguais, é tudo mentira” qual sentido há nesta repetição? Qual mentira a menina
está refutando? Que sentimento te vêm a toma ao ler esta repetição?
e) Os adultos a compreendiam? “Os adultos se entreolhavam desanimados” que leitura podemos fazer desta
frase?
f) Você já se sentiu como a menina deste conto? Quando?
g) As pessoas são iguais ou diferentes? Justifique, explicando seu ponto de vista.
h) Que leitura se pode fazer, de ser o gato a compreender a menina, e não seus pais?
i) Este conto te parece atual?
j) Qual crítica faz?
k) Faça uma relação entre sua vida atual e o que a menina sente no conto. Neste espaço, escreva livremente seus
pensamentos.
1 Conto de Claudia Werneck URGENTE
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Resposta:
a) que nós, seres humanos, somos diferentes, não somos impressos iguais como figurinhas. somos diferentes, mas isoo não é algo ruim.
b) O FATO DOS SERES HUMANOS SEREM DIFERENTES.
c) discordar dos adultos
d) ela esta enfatizando essa mentira que todos ficam dizendo, somos todos iguais e etc, nós somos diferentes por dentro e por fora, em atitudes e em pensamentos.
Explicação:
desculpa só sei estas. espero ter ajudado
banghelasantos:
muito obgda ❤️
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