uma lenda gaucha,da semana farroupilha ou uma piada
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Resposta:
Era uma vez um pobre gaúcho chamado Blau, que só tinha um cavalo gordo, um facão afiado e as estradas reais. Enquanto campeava um boi barroso, pensava no atraso em que andavam suas cousas, desde o dia em que encontrara o Caipora... Mas eis que na volta duma reboleira, avistou um vulto branco: era o santão da Salamanca do Cerro.
– Laus’Sus-Cris’!...
– Para sempre, amém! – respondeu o vulto, que passou a lhe contar sua história.
Eu era sacristão e um dia capturei a Teiniaguá dentro de uma guampa. Com isso, me tornei o homem mais rico do mundo. Mas um dia a Teiniaguá tomou forma de mulher e com ela, seduzido, me deitei. Ao ser descoberto pelos padres, fui sentenciado à morte. Salvo por ela, passei o Rio Uruguai e vim parar aqui no Cerro do Jarau, que ficou sendo o paiol das riquezas das Salamancas de outros lugares. Faz 200 anos que aqui estou; mas nunca mais dormi, nem tive fome, sede, dor... Eu olho para tudo e não posso gozar nada. Tu, que foste o único a me saudar como cristão, podes entrar na caverna e ser servido do que quiseres!
Então Blau apeou-se e foi andando. Meteu o peito por entre espadas afiadas; enfrentou quatro jaguares famintos; passou por esqueletos; enfrentou línguas de fogo; venceu a boicininga venenosa; resistiu à tentação de uma ronda de moças lindas; passou por uma tropa de anões.
Vencidas essas sete provas, Blau topou com uma mulher muito velha, que lhe ofereceu poder e riquezas. Mas o gaúcho, que desejava a Teiniaguá encantada, foi empurrado para fora da furna por força descontrolada. O sacristão deu-lhe uma onça de ouro que se multiplicaria sem fim.
No caminho, Blau foi pensando nas cousas de que carecia: armas, roupas, cavalo, campo, gado. Tudo comprou com a moeda que se multiplicava na guaiaca.
Começou a correr a fama da sua fortuna e correu de ouvido para ouvido que ele tinha parte com o diabo. Por isso, Blau churrasqueava e mateava solito. Então voltou ao Cerro do Jarau, onde saudou o sacristão, como da outra vez:
– Lau’ Sus-Cris’!...
– Para sempre, amém!
Blau atirou-lhe aos pés a onça de ouro, dizendo:
– Prefiro a pobreza dantes à riqueza desta onça amaldiçoada! Adeus! Fica com Deus!
– Seja Deus louvado! Pela terceira vez falaste no Nome Santo, e com ele quebraste o encantamento! – disse o vulto.
Neste mesmo instante o Cerro do Jarau tremeu. Uma língua de fogo com muita fumaça saiu da terra. Eram os tesouros da salamanca que queimavam Com isso, Blau Nunes voltava a ser pobre como dantes, porém, desfrutaria em paz o seu churrasco, em paz o seu chimarrão, em paz a sua sesta. Em paz a sua vida!...
Explicação:
Amo muito essa lenda, espero que tu gostes