Português, perguntado por camylla2155, 1 ano atrás

uma crônica sobre a escravidão me ajudem ???​

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Respondido por alanetainah50
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O lugar mais famoso de depósito de escravos no Brasil é o mercado de Valongo localizado no Rio de janeiro, que por décadas era o porto de abastecimento para compras de escravos africanos. Quando a corte portuguesa chegou ao Brasil, navios negreiros vindos da costa da África despejavam no mercado de Valongo entre 18 mil e 22 mil homens, mulheres e crianças por ano. Permaneciam em quarentena, para serem engordados e tratados de doenças. Quando adquiriam uma aparência mais saudável, eram comercializados da mesma maneira como hoje boiadeiros e pecuaristas negociam animais de corte no interior do Brasil.

Entre os séculos XVI e XIX, cerca de 10 milhões de escravos africanos foram vendidos para as Américas. O Brasil, maior importador do continente, recebeu quase 40% deste total, algo entre 3,6 milhões e 4 milhões de cativos. Toda a trajetória da captura até chegar ao Brasil detinha uma taxa de mortalidade altíssima, ainda na África, cerca de 40% dos negros escravizados morriam no percurso entre a zona de captura e o litoral. Outros 15% morriam na travessia do Atlântico, devido às péssimas condições sanitárias nos porões dos navios negreiros. Em resumo, de cada cem negros capturados na África, só 45 chegavam ao destino final. Significa que de 10 milhões de escravos vendidos nas Américas quase outro tanto teria morrido no percurso, em um dos maiores genocídios da história da humanidade.

Os escravos depois de vendidos ficavam presos aos seus donos, com certas exceções que se desenvolveu um novo sistema em volta do comércio escravista, o sistema de ganho, os escravos depois de fazerem seus trabalhos para seus senhores faziam trabalho extras para outras famílias por algumas horas ou dias para outros. Os escravos de ganho faziam de tudo: eram usados até para rezar ave-maria, em frente aos oratórios espalhados pela cidade, na intenção dos seus senhores. Havia escravos que no sistema de ganho acabava acumulando dinheiro suficiente para comprar a sua liberdade (esse sistema de venda de mão-de-obra por troca de benefícios feitos pelos escravos, hoje em dia, chamamos apenas de trabalho).

A alforria era o grande objetivo de todos os escravos, existiam várias hipóteses de se tornar livre, por exemplo, o escravo que encontrasse um diamante de vinte quilates ou mais, sendo que, neste caso, o seu proprietário receberia uma indenização de 400 mil réis, quantia suficiente para comprar outros quatro escravos. Uma curiosidade é que muitos alforriados chegavam a enriquecer e se tornavam proprietários de outros escravos. Livres, no entanto, os negros forros ficavam entregues à própria sorte, marginalizados por completo de qualquer sistema de proteção legal e social – um problema que, mais de 120 anos depois da abolição oficial da escravidão, o Brasil ainda não conseguiu resolver.

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