UMA CONCLUSÃO SOBRE BRASIL NO CONTEXTO MUNDIAL
Soluções para a tarefa
Vendedores de jornais no Rio de Janeiro, em 1899
O primeiro deles abrange a formação das fronteiras no século XIX, tanto as “visíveis e conflitáveis (nas bacias do Prata e a Amazônica), quanto as “invisíveis”, estendidas até a África, movimentadas pelas navegações e pelos fluxos de mercado. “Ao mesmo tempo que estão formando os espaços, a mobilidade das populações é crescente, portanto há uma espécie de contraste entre fronteiras que se estabelecem e se solidificam com expulsão e atração de grandes contingentes populacionais”, observa Wilma. Compreende desde a chamada diáspora africana – o aumento do tráfico de escravos para o Brasil, após 1808, com a chegada da Família Real, até 1850; das classes dominantes – uma corte inteira que se muda; e, por fim, a imigração de alemães, italianos, mais tarde de asiáticos, causados pelas unificações (organizações dos territórios, que significou a desorganização dos povos dessa região).
O segundo tema irá refletir sobre as consequências da formação das nações e com isso a criação de imigrantes e migrados, exigindo a construção de leis, de normas e fronteiras, significando a obtenção de passaportes, documentos de identidade, formas de regular a vida e a mobilidade das pessoas. Simultaneamente esse processo é gerador de conflitos, pois na tentativa de realizar um código civil, houve sempre uma tensão entre as necessidades reguladoras do Estado, censo, matrícula e os povos. O maior temor por parte dos posseiros era de perder suas terras para os próprios senhores, que não queriam regulamentar suas posses ou dos pequenos proprietários que tinham medo que uma lei resultesse na sua expulsão. “Portanto, havia um grande medo quando se falava em ter censo ou matrícula nos sertões”, afirma Wilma.
Já o terceiro tópico trata de pensar como esse contexto influenciou a organização dos saberes e das ciências, que naquele momento estavam se configurando no plano internacional. Sociologia, Economia e a Antropologia estavam sendo concebidas pelo mundo. Porém esse processo ocorreu de maneiras diferentes em cada lugar. No Brasil, conforme relatou Wilma, a Economia e a Sociologia originaram-se do Direito; a Engenharia, das Forças Armadas; e, a Antropologia, da Medicina. “Analisar como essa historicidade do Brasil determina de alguma forma que, embora conectada com a ciência que está sendo produzida no mundo, se arranja aqui de uma forma específica”, conclui.
O grupo quer transformar a pesquisa em portal, onde será colocada a sua produção integral, incluindo mapas históricos, cronologias e publicações de época. Além disso, pretendem elaborar um site com notícias da imprensa do período, com jornais do século XIX, e criar uma interface para a utilização nas escolas pelos professores. “A ideia é publicar a maior parte do trabalho na forma de e-books, também de livre aquisição”, explica a coordenadora. “A EFLCH é um campus novo e que pela primeira vez está sediando um projeto dessa envergadura”, completou Wilma.
Pesquisa:
Um tempo entre crises: o Brasil no longo século XIX
Coordenação: Wilma Costa
Capa de primeira edição da revista Entreteses Sumário da edição 01
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METODOLOGIA:
A metodologia de pesquisa utilizada tem privilegiado, no trabalho de campo, o levantamento de dados junto a órgãos oficiais, uma análise minuciosa da documentação disponibilizada pela Organização Internacional do Trabalho, além de entrevistas com emigrantes brasileiros.
RESULTADOS:
Os resultados mostram um processo migratório fortemente influenciado pelas demandas do mundo do trabalho e da globalização e a existência de condições extremamente precárias de vida e de trabalho entre boa parte dos migrantes brasileiros, mesmo entre aqueles com um maior grau de escolaridade.
CONCLUSÕES:
A pesquisa aponta o contexto histórico dos anos 90 como um momento crucial para a elevação dos índices de emigração no Brasil e no mundo