Um tema muito controverso da história do Brasil diz respeito ao número de pessoas que teriam desembarcado no Brasil em 1808, com a família real portuguesa. Leia o texto a seguir:
[...] Trabalhos publicados no fim do século XIX mencionavam até 30.000 pessoas. Em revisões posteriores, chegou-se aos 15.000, que figuram hoje nos livros didáticos. Nos últimos anos, esse dado se tornou ainda mais movediço. Já se falou em 8.000, reduziu-se a 4.000 e chegou-se a afirmar que eram apenas 500 pessoas a compor a Corte que desembarcou no Rio. No fim [de 2007], o historiador Kenneth Light [lançou] em Portugal o livro A transferência da Corte para o Brasil. E mais uma vez surge uma informação diferente de todas as outras: 4.500 pessoas.
O primeiro registro do contingente que cruzou o Atlântico é do tenente irlandês Thomas O'Neill, que, a bordo de uma das caravelas da comitiva, garantiu que eram 16.000 pessoas. O dado virou referência para os historiadores que gravitaram em torno dele nos últimos dois séculos. A dificuldade de estabelecer o tamanho da Corte que se refugiou no Brasil é explicável. Sabe-se que os barcos partiram lotados, mas não existe um dado seguro nem mesmo sobre o tamanho da frota.
Fala-se de 30 a 56 embarcações. A divergência ocorre porque as fontes de consulta são precárias. São, na maior parte, relatos de diplomatas, militares e integrantes do governo português. Existem poucos documentos. Para chegar a 4.500 passageiros, Kenneth Light se baseou nos registros de navios militares ingleses que escoltaram a frota de Portugal. Os diários de bordo de cada embarcação estão preservados em arquivos na Inglaterra – ao passo que os equivalentes portugueses foram perdidos. [...]
Marcelo Bortoloti. Controvérsias na Corte. Veja. São Paulo: Abril, n. 2013, 20 jun. 2007, p. 114-6,
1) Quais as hipóteses sugeridas pelos historiadores sobre a quantidade de pessoas que veio para o Brasil com a Corte portuguesa?
2) Por que é difícil estabelecer a quantidade de pessoas que acompanhou a Corte portuguesa em sua viagem para o Brasil?
3) Segundo o texto, que fonte histórica Kenneth Light utilizou para basear suas hipóteses?
Soluções para a tarefa
Resposta:
Têm-se registros do uso de livros didáticos no Brasil no período imperial desde 1820,
quando foram instaladas as primeiras escolas públicas no país. Nessa década se iniciou
também a produção de manuais editados nas gráficas brasileiras, ocorrendo a maturidade de
sua produção entre os anos de 1860 e 1880, com a ampliação do Ensino Primário no Brasil. A partir do período imperial o livro didático passou a ser
utilizado de maneira mais sistemática no Brasil, principalmente com a criação em 1838 do
Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro.
Explicação:
1)A educação neste período privilegiava a elite, sendo a
Europa a referência de cultura para esse extrato social, especificamente a sociedade francesa que vinham para o Braseil estudar.
2)Era frequente os livros didáticos aqui utilizados serem importados da França. Além
disso, a imprensa brasileira “não oferecia ainda boas
condições para a produção e publicação de livros didáticos no século XIX”.
Os projetos educacionais elaborados a partir de 1827, quando foram criadas as Escolas
de Primeiras Letras, estendendo-se até a primeira década do século XX, apresentavam as
contradições de uma sociedade influenciada pelo ideário liberal europeu, buscando adaptá-lo
à realidade da elite brasileira. O estabelecimento da educação escolar foi planejado e acompanhado pelo poder governamenta, responsável por criar
mecanismos efetivos de controle em relação ao que deveria ser ensinado.
3) A comissão nacional do livro didático durante o estado novo (1937 - 1945).