Física, perguntado por maju1389, 11 meses atrás

um resumo sobre o livro "23 histórias de um viajante" marina colasanti.
no mínimo 15 linhas
me ajudem preciso pra hoje aindaa​

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Respondido por hallanykelanie3
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Resposta:

Um viajante chega a cavalo às portas de um reino onde um príncipe vive isolado do resto do mundo. Fascinado pelas histórias que o outro lhe traz, o príncipe decide acompanhá-lo na travessia de suas próprias terras. Enquanto avançam, o viajante conta. Narrar é viajar. Como uma caixa que contém outras caixas, essas histórias se desdobram e se somam na construção de um sentido comum, surpreendentes por sua carga mítica, fascinantes por sua modernidade. Levado pela linguagem poética de Marina Colasanti, o leitor empreenderá através delas a sua própria viagem

O céu em toda a parte, vagaroso, como um espelho que em velhos contornos ensimesma. Ainda que turva, a mocidade é jovem escuridão, como a claridade um assombro para a retina. Era um homem temporal, porém antigo. De nuvens cuidava, nos sonhos a espada, arquipélagos não mais. Após a morte de seu Nome, pouco guardara em seus domínios: a coroa e o manto, o deserto da história, alguns ouvintes. A cada manhã, o arisco sol e calendário o agraciavam em própria honestidade, e o coração do reino assim prosseguia. Quando criança, iniciara em um mapa o traçado de suas terras, em contornos entreouvidos nos relatos da corte e da cavalaria; neste inventário de acres e artilharias, agora adulto e em batalhas ferido, o jovem Príncipe abriga-se na miopia dos sentidos, onde a memória dos campos afasta a dor e permanece, agridoce e verde, como os sabores da infância e a primeira geografia. Em indeterminada manhã, o destino para o Reino acena, como janela que do alto se abre, em suavidade irreversível. Tendo nas mãos um escudo e um sorriso, o sentinela avista um estrangeiro, que às bordas do forte solicita passagem, para em seu cavalo em nômade jornada apenas prosseguir.  Neste mundo de fortalezas, um viajante poderia ser um intruso, ou um guardião de horizontes prometidos; no coração do Príncipe, o inesperado encontro era um revisitar de sua herança, e um cavalgar por novos desígnios. Decidira sair da torre e abrigar então o destino, e na manhã seguinte unir-se aos enigmas deste agora tão próximo estrangeiro. Enquanto pela floresta cavalgavam, o viajante tornara o príncipe cúmplice de seus enredos. Nesta vontade de atravessar o mundo, compartilhar histórias era uma forma de reinventar-se, e pertencer a uma ficção de mundo e biografias; para o príncipe, entregar-se às fábulas era como navegar por incansáveis paisagens, que renascem às margens do que quando criança não pudera conhecer.

Em vinte e três histórias, o leitor encontra-se na voz do viajante, e com ele habita em um engenho de si mesmo. Em vinte e três quimeras, sentimo-nos como o príncipe, pioneiro em terras há muito desconhecidas. Na multidão de Marina, somos também corsários, entregues aos tesouros que suas páginas abrigam. E no momento em que não mais pudermos dizer eu, em fábulas de outrem lançaremos âncora, e teceremos raízes, porque a vida (a nossa e a do príncipe) simplesmente não se escreve sozinha.

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