um resumo do poema "Motivos"
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Resposta:
Oi, eu adoro esse poema. Aqui está uma análise do poema Motivo da minha amiga do coração Cecília Meireles.
O poema de Cecília Meireles é composto de quatro estrofes contendo cada uma quatro versos. A primeira estrofe está ligada à existência da poetisa e às razões que a levam a escrever, sugerindo que a poesia é condição para essa existência, independente do estado de sua alma. “Eu canto porque o instante existe/e a minha vida está completa./Não sou alegre nem sou triste:/sou poeta” (1963, p. 7). Na segunda estrofe, o eu poético revela-se como parte integrante da natureza, seja àquela que compreende seu universo interior ou que independe de sua vontade, sendo, pois, um ser passível de ações transitórias (“irmão das coisas fugidias”), emocionais (“não sinto gozo nem tormento), e temporais (“atravesso noites e dias”), sem que isto interfira na sua trajetória, ou provoque mudanças de estado na poetisa, ou seja, poeta e poesia formam um conjunto único. Na terceira estrofe, a segurança com relação à vida se esvazia, e a poetisa claramente demonstra reflexões interiores, afirmando não ter respostas para seus questionamentos (“não sei, não sei/Não sei se fico ou passo”).
Finalmente, na quarta estrofe, como se encontrasse as respostas para suas incertezas, a poetisa recupera a consciência de que sua poesia permanecerá mesmo que sua vida se extenue.
E Cecília ao declarar que sua “canção” tem “sangue eterno” e “asa ritmada” compara-a à vida eterna e à liberdade, demonstrando em seus versos a consciência de que um dia deixará de produzir, mas sua canção permanecerá para sempre.
No poema de Cecília, as rimas evocam já na primeira estrofe o tom existencialista impresso em sua poesia, ou ainda segundo Jakobson (1975, p. 144), Além das rimas, os poemas ora analisados também encontram nos aspectos fônicos relações relevantes no que diz respeito à significação.
O primeiro quarteto do poema de Cecília Meireles é marcado pela aliteração do fonema /t/, cujas palavras embalam a canção e a vida da poetisa. A presença das vogais semifechadas
e fechadas /e/, /o/ e /i/ imprime certa melancolia à sua existência. Entretanto, ao se utilizar as vogais abertas /E/ e /A/ essa melancolia se dissipa por alguns momentos revelando que, mesmo enfrentando estados diversos, ela se completa como poeta.
Nos versos seguintes, esta situação se confirma ainda através da presença dos fonemas /a/, /i/ e /o/, porém ali a presença do fonema /s/ sugere a passagem do tempo de forma veloz como o vento. Novamente tem-se a aliteração do fonema /t/, desta vez marcando também a passagem do tempo como as batidas de um relógio.
A repetição do fonema /d/ no primeiro terceto sugere o atordoamento da poetisa diante da passagem do tempo, levando-a a um estado de incerteza sempre pontuado pela melancolia sugerida pela repetição das vogais semi-fechadas. E, finalmente no último terceto, a canção da poetisa é ainda embalada pelo som de um instrumento musical, marcado pela aliteração do fonema /K/ acompanhado dos fonemas pré-nasais /ã/ que lhe conferem a idéia de continuidade.
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