Um fator fundamental da crise do Império foi a abolição da escravatura, uma vez que a base
do poder político do regime se encontrava na elite agrário-escravista.
Como se processou a coexistência entre trabalho livre e escravo nas áreas cafeeiras?
Soluções para a tarefa
houve certa coexistência
entre o trabalho escravo e o trabalho livre, não se caracterizando uma ruptura total na qual se substituíram
escravos por trabalhadores livres. Para entender a transição, é fundamental compreender que ambos os
regimes de trabalho conviveram no mesmo tempo e espaço. O sistema escravista não excluiu a possibilidade
da ocorrência do trabalho livre.
A escravidão configura-se como um sistema no qual os escravos apresentam-se como mercadorias.
O trabalhador livre, desprovido dos meios de produção, ao vender a sua força de trabalho transforma-a,
também, em mercadoria. Há nos dois casos coerção e dominação. No primeiro, a dominação se dá no ato da
escravização. No caso do trabalho livre, o trabalhador é privado do acesso aos meios de produção, e assim é
obrigado a vender a sua capacidade de trabalho.
No regime de trabalho livre, o capitalista paga ao trabalhador o valor de sua força de trabalho (valor
necessário para sua reprodução) e, em troca, obtém o produto desse trabalho, o qual além de pagar o valor da
força de trabalho ainda dá ao capitalista um excedente.
Já no regime de trabalho escravo, o senhor tem direito a todo o produto do trabalho do escravo (ele paga pelo
escravo, segundo suas condições de produção e reprodução do momento), não há diferença entre trabalho
socialmente necessário (que paga o valor da força de trabalho) e trabalho excedente.
Ressalte-se, também, que a situação da escravidão não impediu que os escravos se manifestassem e
agissem como classe social; isto é, que fossem capazes de reivindicar demandas e interesses. Tais lutas,
muitas vezes, eram travadas por eles em sentido claramente contestador da ordem escravista, o que significa
dizer que não há que afastar dos escravos a possibilidade de se constituírem como sujeitos.
O processo que tentamos descrever adquiriu diferentes manifestações no Brasil. Devemos
reconhecer, antes mesmo de discutir a historiografia sobre transição do trabalho escravo para o trabalho livre,
que a constituição do mercado interno no país foi incompleta. A maneira como se desenvolveu o capitalismo
no Brasil resultou numa economia vulnerável e dependente externamente, que se reflete até hoje em um país
subdesenvolvido com problemas sociais, em fome e miséria para grandes contingentes humanos.
disponha!!
se achar minha resposta convicente nomeie a melhor por obséquio.