Um famoso filósofo alemão do século passado, Frederico Nietzsche, tece uma crítica radical à civilização ocidental, dizendo que ela educa os homens para desenvolverem apenas o instinto da tartaruga. O que quer dizer isso? A tartaruga é o animal que, diante do perigo, da surpresa, recolhe a cabeça para dentro de sua casca. Anula, assim, todos os seus sentidos e esconde, também na casca, os membros tentando proteger-se contra o desconhecido. Este é o instinto da tartaruga: defender-se, fechar-se ao mundo, recolher-se para dentro de si mesma e, em consequência, nada ver, nada sentir, nada ouvir, nada ameaçar. Formar boas tartarugas parece ser o objetivo dos processos educacionais e políticos da educação, desenvolvidos no mundo ocidental, nos últimos anos. Temos educado os homens para aprenderem a se defender contra todas as ameaças externas, sendo apenas reativos. Ensinamos o espírito da covardia e do medo. Precisamos assumir o desafio de educar o homem para desenvolver o instinto da águia. A águia é o animal que voa acima das montanhas, que desenvolve os seus sentidos e habilidades, que aguça ouvidos, olhos e competência para ultrapassar os perigos, alçando vôo acima deles. É capaz, também de afiar as suas garras para atacar o inimigo, no momento que julgar mais oportuno. As nossas escolas têm procurado fazer com que nossas crianças se recolham para dentro de si e percam a agressividade – o instinto próprio do homem corajoso, capaz de vencer o perigo que se lhe apresenta. Page 2 of 2 http://www2.unifap.br/borges Temos criado, neste país, uma geração-tartaruga, uma geração medrosa, recolhida para dentro de si a fim de que percam a agressividade - o instinto próprio do homem corajoso, capaz de vencer o perigo que se lhe apresenta. E estamos todos impregnados por esse espírito da tartaruga. Não temos coragem para contestar nossos dirigentes, para nos opor às suas propostas e criar soluções alternativas. Agimos apenas de maneira reativa, covarde. Temos ensinado às nossas crianças que os nossos instintos são pecaminosos. A parte mais rica do indivíduo, que é a sensibilidade – sua capacidade de amar e de odiar, sua capacidade de se relacionar de maneira erótica com o mundo – tem sido desprezada. Temos ensinado o homem a ser obediente, servil, pacífico, incompetente e depositar todas as suas esperanças num poder maior ou no fim das tempestades. Quando ensinamos aos nossos que eles não precisam se esconder diante das ameaças, porque todos nós temos a capacidade de alçar vôos às alturas, ultrapassando as nuvens carregadas de tempestade e perigo? Temos ensinado às nossas crianças a se arrastar como vermes, e porque se arrastam como vermes, elas se tornam incapazes de reclamar se lhes pisam na cabeça. O que desejamos, afinal, desenvolver em nós mesmos e nos jovens? O instinto da tartaruga ou o espírito da águia? Quais nossos principais desafios, enquanto educadores, do ponto de vista político-econômico e sócio-cultural? RODRIGUES, Neidson. Lições do príncipe e outras lições. São Paulo: Cortez, 1987. P.S.: O texto foi produzido para servir como elemento reflexivo para os acadêmicos do Curso de Pedagogia da UNIFAP, na matéria Filosofia da Educação, ministrada pelo Sociólogo e Psicopedagogo João Nascimento Borges Filho, Docente efetivo desta IFES. . . . . . Responda: 1. Formule um conceito de Educação. 2. Relacione Águia/ tartaruga à educação como transformação/reprodução
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querooo ponto n entendo isso
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As sentenças I, II e IV estão corretas.
Explicação:
corrigido pelo AVA
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