Um determinado presidente eleito é um fato histórico
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Os primeiros militares que governaram o país escolhidos pelo voto popular foram Hermes da Fonseca (1910-1914) e Eurico Dutra (1946-1950).
Os presidentes do passado, apesar de separados por três décadas, tinham muito em comum. Hermes e Dutra estavam no topo da hierarquia militar, eram idolatrados na caserna, ocupavam postos do alto escalão do governo e se lançaram na disputa pelo Palácio do Catete como candidatos do establishment.
Hermes era marechal e fora ministro da Guerra do presidente Affonso Penna. Dutra ocupava o posto de general e também chefiara o Ministério da Guerra, no governo ditatorial de Getúlio Vargas. Como ministros, executaram medidas que modernizaram as Forças Armadas, o que lhes rendeu o apoio maciço das tropas.
Os dois venceram a eleição sem grande esforço. Hermes foi o candidato oficial das oligarquias estaduais, que manipulavam a seu favor as urnas da República Velha. Na época de Dutra, as votações não sofriam tanta fraude. O que contou foi o apoio público que recebeu do sempre popular Vargas.
Hermes e Dutra também tinham suas diferenças. No Brasil de 1910, ser candidato militar era um problema. Em 1945, um trunfo.
Quem enfrentou o marechal Hermes nas urnas foi o senador Ruy Barbosa (BA). Segundo documentos históricos guardados no Arquivo do Senado, Ruy fez discursos em que atacou o adversário citando justamente a sua origem militar.
— As nações, senhores, não armam seus Exércitos para serem escravizadas por eles. As nações não fazem seus marechais para que eles venham a ser na paz os caudilhos de facções ambiciosas — bradou Ruy num discurso.
Na visão dele, qualquer fardado que chegasse à Presidência transformaria o Brasil numa ditadura, tal qual haviam feito os marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. Hermes, por sinal, era sobrinho de Deodoro.
Fonte: Agência Senado
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