Música, perguntado por carlosguede201p74tum, 11 meses atrás

um cordel rimado falando sobre os estados de paraíba, Pernambuco e rio grande do norte. "URGENTE"​

Soluções para a tarefa

Respondido por rosejjmarcojjesus
3

Resposta:

Explicação:

Literatura de cordel também conhecida no Brasil como folheto, literatura popular em verso, ou simplesmente cordel, é um gênero literário popular escrito frequentemente na forma rimada, originado em relatos orais e depois impresso em folhetos.

Remonta ao século XVI, quando o Renascimento popularizou a impressão de relatos orais, e mantém-se uma forma literária popular no Brasil. O nome tem origem na forma como tradicionalmente os folhetos eram expostos para venda, pendurados em cordas, cordéis ou barbantes em Portugal. No Nordeste do Brasil o nome foi herdado, mas a tradição do barbante não se perpetuou: o folheto brasileiro pode ou não estar exposto em barbantes. Alguns poemas são ilustrados com xilogravuras, também usadas nas capas.

As estrofes mais comuns são as de dez, oito ou seis versos. Os autores, ou cordelistas, recitam esses versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de viola, como também fazem leituras ou declamações muito empolgadas e animadas para conquistar os possíveis compradores.


bolinhoooo42: moço ele queria UM CORDEL COM RIMAS e não a explicação do que é cordel ;-;
bolinhoooo42: moça*
Respondido por kawatn
0

Resposta:

Já dizia Patativa

Grande mestre professor:

Pra falar da minha terra

Tem de ser conhecedor

Só possui conhecimento

Com bastante embasamento

Quem daqui é morador.

Nordestina é essa gente

Que conhece a exclusão

O injusto esquecimento

Triste de desilusão

Pois se vive condenado

Invisível e renegado

Feito fosse reclusão.

O nordeste é preterido

Já tem tempo até demais

E por causa dessa sina

Já de nossos ancestrais

Muita gente foi simbora

Desde antes té agora

Vivendo nas capitais.

Só que na cidade grande

Nordestino vira bicho

Humilhado e explorado

Só tratado como lixo

O trabalho e a labuta

É o som que se escuta

Nessa vida de serviço.

Trabalhando feito escravo

Sem direito ou assistência

Nosso povo é oprimido

Num teste de resistência

No sol quente ou no frio

Pelos cantos do Brasil

Sem espaço pra clemência.

Esse prédio tão bonito

Que paulista tanto gosta

Só pode ser construído

Com o peso em nossas costa

Sem família pra cobrar

Se morreu, pode enterrar

Feito um pedaço de bosta.

Foi assim com os candangos

Que fizeram essa Brasília

E saíram de suas terras

Pra viver na disbulia

Até hoje esse sumiço

Foi o pago do serviço

Duma constante vigília.

Trabalhar de sol a sol

É coisa de nordestino

Que batalha todo dia

Pra mudar o seu destino

Não tem tempo ocioso

Muito menos preguiçoso

Só vivendo o desatino.

As mulheres nordestinas

Desde cedo exploradas

Na cozinha ou no bordel

São ainda traficadas

Ser mulher não é moleza

E falando com franqueza

Só nos veem de empregada.

A batalha feminina

É puxada e dolorida

É na roça e na cidade

Trabalhando por comida

Com os filho abandonada

É de meretriz chamada

E com força reprimida.

Se virar uma empregada

Pra limpar a casa alheia

O dinheiro é uma miséria

Que não faz um pé de meia

E o patrão que assedia

Só demonstra a covardia

Dessa elite brasileira.

Muitas dessas nordestinas

Que acabam no sudeste

Não arranjam um trabalho

Nem um salário que preste

E a prostituição

Vira a única opção

Nesse mundo cafajeste.

Para além de tudo isso

Que envolve o trabalhar

É notável e evidente

O desejo de apagar

A cultura nordestina

De riqueza que ensina

E só faz nos orgulhar.

Já começa do sotaque

Essa padronização

Que imita nossa fala

Nessa vil televisão

E a gente é debochado

Com o riso escrachado

Sem contextualização.

Para o povo nordestino

Fica o resto do sobejo

Bota a gente de piada

Nesse cultural despejo

Que rejeita nossa arte

Faz de nós a contraparte

Dum cruel e mau desejo.

Quem despreza nossa gente

Não esconde o que almeja

Que é a nossa extinção

Bem entregue de bandeja

Pedem a separação

Dividindo essa nação

Numa linha que traceja.

Mas pior é perceber

O que dói é constatar

Que nem mesmo a esquerda

Que se diz politizar

Lembra do nosso nordeste

Pois só olha pro sudeste

Sem querer mobilizar.

Só quem fala é sudestino

O lembrado maiorial

Convidado em todo canto

Palestrante coisa e tal

O nordeste é invisível

Na política risível

Sem conduta e imoral.

É por isso que eu digo

Fácil é ser miltante

E falar coisa bonita

Dando uma de importante

Mas na hora de provar

E na prática atestar

Só se mostra ignorante.

Pois o reconhecimento

Pro sudeste é destinado

Não importa a corrente

Nem problema abordado

Se falar de feminismo

De favela, de racismo

O nordeste é apagado.

Mas pra cá no Pernambuco

E no Rio Grande do Norte

Ceará ou Paraíba

Também acontece morte

Nordestino é minoria

Sem nenhuma regalia

E jogado à própria sorte.

No nordeste tem racismo

E a mulher é espancada

Também tem homofobia

E a travesti rejeitada

Também vive nessa terra

Enfrentando uma guerra

Onde é silenciada.

Nossa terra tem favela

E a polícia é militar

Aqui tem periferia

Falta só tu enxergar

É por isso que eu grito

E nem vou falar bonito

Pra paulista se agradar.

Já estamos saturados

Dessa discriminação

Pois a nossa inteligência

Não é para a servidão

A gente não é capacho

Dessa bando de diacho

Elitista fi do cão.

Eu não mudo meu sotaque

Nem meu termo imponente

A riqueza da minha terra

Que é falada pela gente

Como disse o Suassuna

Minha língua é Jaguaruna

E não troco meu oxente.

Com orgulho falo alto

Essa pátria me pariu

Como filha nordestina

Dessa força feminil

Me calar não poderia

Eu sou da periferia

Da perifa do Brasil.

Explicação:

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