Um argumento sobre futsal:
Soluções para a tarefa
O que pode ser suficientemente concreto na busca de informações verdadeiramente sensatas sobre a formação do jogador de futebol?
Entendemos que, o "’brincar", em ambiente muito ou pouco semelhante à modalidade, colabora no "saber" da criança, do jovem atleta. O brincar é uma experiência humana, rica, e complexa (Almeida, M.T.P, 2000).
Culpa-se a precoce especificidade e especialização como, possivelmente, um dos maiores agravantes para o pulo de etapas que deveriam ser rigidamente trabalhadas e estimuladas no ser humano que se forma como atleta.
Julgam treinadores e dirigentes por não respeitar pilares básicos de sustentação do treinamento desportivo. Citam o Barcelona de Guardiola (ou o Guardiola do Barcelona?) como prova e justificativa final para aquilo que é discutido incessantemente: quando, como, aonde e por que, o futsal contribui para a formação do jogador de futebol?
Diante dos conceitos de "’brincar para aprender", o "’ensinar" é questionado.
Lacunas são abertas para discussões desses paradigmas, principalmente tendo em vista o nosso atual momento no futebol mundial.
E mesmo com milhares de exemplos (sim, milhares) de jogadores de futebol extremamente bem sucedidos que, tiveram no futsal sua maior fonte de aprendizado, questiona-se até que ponto é válido abandonar os princípios de especificidade que o campo dá ao jogador.
Não há informações científicas, aleatórias ou registradas em literatura, que nos dê alguma visão que sustente os argumentos dos aspectos prejudiciais do futsal na formação do jogador de futebol. Há questionamentos. E, para estes, respostas.
É fato que existem divergências no que diz respeito às necessidades de cada modalidade. Para isso, existem comparativos e abordagens técnicas e táticas.
Será que treinar e, portanto, condicionar e automatizar as tomadas de decisões em ambiente fechado, de piso rápido e bola mais aderente, de tamanho 40 x 20, não é suficientemente competente na busca pelo atleta ideal? Certamente não, não suficiente, mas essencial.
Algumas situações competem ao futebol e não ao futsal, e vice-versa. Contudo, quais são as competências similares?
A maneira como se recebe e tem-se domínio da bola no futsal é, quase de maneira unânime feita com a sola dos pés, a conhecida "entrada na bola", esteja o atleta de frente, de costas, em diagonal, ou lateralmente ao gol e ao atleta adversário (alguns treinadores defendem o domínio com a face interna do pé, condicionando assim melhor visão de jogo e opções de soluções de problemas mais rápidas).
Sabemos que, no futebol, a automatização desse gesto é complicada. A imprevisibilidade é maior, nunca se sabe o que encontrar em campos, seja de maneira quantitativa ou qualitativa. Entretanto, temos exemplos que comprovam o quanto é importante o treinamento deste recurso. Paulo Henrique Ganso e Maicon, ambos atualmente no São Paulo, utilizam desse recurso excessivamente em seus jogos.