(Ufmg 2012) Leia este texto: O céu, transparente que doía, vibrava tremendo feito uma gaze repuxada. Vicente sentia por toda parte uma impressão ressequida de calor e aspereza. Verde, na monotonia cinzenta da paisagem, só algum juazeiro ainda escapo à devastação da rama; mas em geral as pobres árvores apareciam lamentáveis, mostrando os cotos dos galhos como membros amputados e a casca toda raspada em grandes zonas brancas. E o chão, que em outro tempo a sombra cobria, era uma confusão desolada de galhos secos, cuja agressividade ainda mais se acentuava pelos espinhos. QUEIROZ. Rachel de. O quinze. São Paulo: Círculo do Livro, 1992. p. 17-18. Nesse texto, o narrador refere-se à seca nordestina. Identifique e explique a tendência, na literatura brasileira, de os romancistas se disporem a escrever sobre essa temática.
Soluções para a tarefa
Na década de 30 vigorou aprosa modernista que tinha como intenção por parte dos autores a denúncia a questões relacionadas as vivencias do povo brasileiro.
No livro “O Quinze” de Raquel de queiros é possível perceber essa preocupação com as questões referentes à seca na região nordeste do país. Além desse livro, há muito outros que nesta época fizeram menção ao problema da seca nessa região.
Outras questões também são mencionadas nestes livros, como o cangaço, o coronelismo e o misticismo. Os temas se debruçam sobre as condições de vida do povo e a difícil situação do nordestino que tem que lidar com diversas problemáticas para sobreviver.
Resposta:
A prosa modernista da década de 30 reflete as preocupações dos autores em denunciarem o contexto de miséria e exploração em que vive grande parte da população brasileira. José Américo de Almeida, José Lins do Rego e Gilberto Freyre cumprem as diretivas do Congresso Regional do Recife de 1926 para denunciarem a violência social e a exploração de mão de obra na região do semiárido, consequência das contingências climáticas e do sistema de latifúndio em que imperam o jaguncismo, o coronelismo e o misticismo fanático. Em “O Quinze”, Rachel de Queiroz debruça-se sobre a questão social do homem nordestino, analisa o seu comportamento e transporta para as narrativas os dramas psicológicos de quem, sob pressão de forças atávicas, é impelido a aceitar o seu destino.