(UFLA, 2005)
O VALOR DA LIBERDADE DE IMPRENSA
1 Nunca faltaram na história humana tentativas, algumas bem
2 sucedidas, de impedir críticas dirigidas a quem exerce o poder. E
3 atualmente há dezenas de brasileiros ilustres indignados com a recente
4 iniciativa do governo do PT de implantar mecanismos de coerção da
5 imprensa, da televisão e das atividades culturais no país. Sem dúvida, foi
6 um retrocesso na lenta mas firme caminhada que o Brasil começou a
7 empreender, nos últimos dez anos, rumo ao que se define como
8 “sociedade aberta”. Esse tipo de organização social tem como base moral
9 a democracia e como base material a economia de mercado. Uma
10 sociedade aberta pressupõe a existência, ou pelo menos a busca, de uma
11 Justiça eficiente, de instituições e mercados sadios, de uma classe média
12 numérica e economicamente forte e de uma imprensa livre.
13 Em sua Ética a Nicômaco, o filósofo grego Aristóteles (384-322
14 a.C.) produziu a definição clássica do papel da imprensa. “Alguns
15 poucos cidadãos adquirem o poder de fazer políticas públicas. Todos,
16 porém, têm o direito de criticá-las”, escreveu o famoso discípulo de
17 Platão. A sabedoria de Aristóteles está principalmente em ter
18 estabelecido que os governos e seus críticos, embora façam parte da
19 mesma sociedade, ocupam nela esferas inteiramente diferentes. Os
20 primeiros têm o poder. Os segundos, o direito. Por essa razão, a
21 qualidade da imprensa deve ser sempre medida por seu grau de
22 independência nas relações com os governos. Quem entendeu essa
23 diferença de papéis com maior clareza foram os autores da Primeira
24 Emenda à Constituição dos Estados Unidos, em 1791. Os legisladores
25 americanos escreveram simplesmente que é vedado ao Congresso fazer
26 leis impondo uma religião ou restringindo a liberdade de expressão e a
27 de imprensa. Ponto. Sem adjetivos. Sem vacilação.
(Carta ao Leitor. Veja, 18 de agosto de 2004. Com adaptações)
Considerando a função da língua como instrumento de comunicação e seu uso pelo autor, para transmitir a mensagem, pelas expressões finais “Ponto. Sem adjetivos. Sem vacilação.” (linha 27), infere-se que:
Soluções para a tarefa
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Sem o “ponto final”, permite-se continuar a discussão sobre a lei.
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