(UESPI, 2012)
A literatura nos ajuda a construir nossa identidade
(1) Ainda que nasça e morra só, o indivíduo tem a sua existência marcada pela coletividade de que faz parte e que funciona segundo “leis” e “regras” preestabelecidas. Um dos primeiros desafios a serem enfrentados pelo ser humano é compreender que leis e regras são essas, decidir quais delas deve seguir e quais precisam ser questionadas de modo a permitir que sua jornada individual tenha identidade própria.
(2) Nos textos literários, de certo modo, entramos em contato com a nossa história, o que nos dá a chance de compreender melhor nosso tempo, nossa trajetória. O interessante, porém, é que essa “história” coletiva é recriada por meio das histórias individuais, das inúmeras personagens presentes nos textos que lemos, ou pelos poemas que nos tocam de alguma maneira. Como leitores, interagimos com o que lemos. Somos tocados pelas experiências de leituras que, muitas vezes, evocam nossas vivências pessoais e nos ajudam a refletir sobre nossa identidade e também a construí-la.
(3) Como toda manifestação artística, a literatura acompanha a trajetória humana e, por meio de palavras, constrói mundos familiares – em que pessoas semelhantes a nós vivem problemas idênticos – e mundos fantásticos, povoados por seres imaginários, cuja existência é garantida somente por meio das palavras que lhes dão vida. Também exprime, pela criação poética, reflexões e emoções que parecem ser tão nossas quanto de quem as registrou.
(4) Por meio da convivência com poemas e histórias que traçam tantos e diversos destinos, a literatura acaba por nos oferecer possibilidades de resposta a indagações comuns a todos os seres humanos.
(5) Além disso, em diferentes momentos da história humana, a literatura teve um papel fundamental: o de denunciar a realidade, sobretudo quando setores da sociedade tentam ocultá-la. Foi o que ocorreu, por exemplo, durante o período do regime militar no Brasil. Naquele momento, inúmeros escritores arriscaram a própria vida para denunciar, em suas obras, a violência que tornava a existência uma aventura arriscada. A leitura dessas obras, mesmo que vivamos em uma sociedade democrática e livre, nos ensina a valorizar nossos direitos individuais, nos ajuda a desenvolver uma melhor consciência política e social. Em resumo, a literatura permite também que olhemos para a nossa história e, conhecendo algumas de suas passagens, busquemos construir um futuro melhor.
Maria Luiza M. Abaurre; Marcela Pontara. Literatura Brasileira – tempos leitores e leituras. Ensino Médio. São Paulo: Moderna, 2005, p., 10-11. Adaptado.
Considerando a coesão e a coerência promovidas pela seleção das palavras, podemos perceber, no desenvolvimento do texto, ocorrências:
1. de palavras que se repetem, como ‘literatura’, ‘história’.
2. de palavras que estão em afinidade de sentido, como ‘literatura’, ‘escritores’, ‘obras’.
3. de palavras que são substituídas por um seu sinônimo, como ‘poemas’ por ‘criações poéticas’; (mundos) ‘fantásticos’ por (seres) ‘imaginários’.
4. de palavras que são substituídas por outras de sentido mais geral, como ‘histórias’ e ‘poemas’ por ‘textos literários’.
5. de palavras antônimas, como ‘nascer’ e ‘morrer’; ‘indivíduo’ e ‘coletividade’.
Estão corretas:
a)2,4 e 5;
b)1,2 e 3;
c)1,3 e 4;
d)2,3 e 5;
e)1,2,3,4 e 5.
Soluções para a tarefa
Respondido por
10
È correta a letra E, pois, no contexto, considerando a coesão e a coerência promovidas pela seleção das palavras transcritas nos itens 1,2,3,4,e 5 verificamos que todas são verdadeiras.
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