(UERJ) Ai, filha! Você não entende deste riscado. Neste mundo não existe coisa alguma sem sua razão de ser. Estas filantropias modernas de abolição! É chover no molhado - preto precisa de couro e ferro como precisa de angu e baeta. Havemos de ver no que há de parar a lavoura quando esta gente não tiver no eito. Não é porque eu seja maligno que digo e faço estas coisas. É que sou lavrador, e sei dar o nome aos bois. Enfim, você pede, eu vou mandar tirar o ferro. Mas são favas contadas - ferro tirado, preto no mato. (RIBEIRO, Júlio. A Carne. Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1952 - com adaptações.) O autor do romance A Carne (1888) antecipa, no trecho acima, uma preocupação de muitos proprietários de terra, escravistas, quanto às consequências da abolição dos escravos para a agricultura brasileira. Esta posição pode ser resumida da seguinte forma. * 5 pontos A grande lavoura não teria futuro sem a mão-de-obra escrava. A abolição provocaria a superação da lavoura pela indústria. O fim da escravidão transformaria as lavouras em terras improdutivas. A agricultura ficaria restrita à produção para o mercado interno
Soluções para a tarefa
A grande lavoura não teria futuro sem a mão-de-obra escrava.
Júlio Ribeiro antecipa em seu romance A Carne que a grande lavoura não teria futuro sem a mão-de-obra escrava. Alternativa A.
Consequências do fim da escravidão
Júlio Ribeiro demonstra um diálogo aparentemente entre pai e filha, onde é possível perceber que a filha é favorável ao abolicionismo, e o pai finge socialmente que também é, mas de forma privada, discorre sobre as consequências negativas do processo expressas pela falta de mão-de-obra agrícola.
Além disso, afirma que os negros necessitariam de castigos através das correntes e chicotadas, assim como precisariam comer, portanto, eles também sofreriam com a abolição da escravatura tanto quanto os seus patrões que, inevitavelmente, deveriam começar a pagar pela mão-de-obra.
Mais sobre a abolição da escravatura: brainly.com.br/tarefa/3507841
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