(UERJ-2010) Não-coisa O que o poeta quer dizer no discurso não acaba e se o diz é pra saber o que ainda não acaba. 5 Uma fruta uma flor um odor que relume... Como dizer o sabor, seu clarão seu perfume? Como enfim traduzir 10 na lógica do ouvido o que na coisa é coisa e que não tem sentido? A linguagem dispõe de conceitos, de nomes 15 mas o gosto da fruta só o sabes se a comes (...) No entanto, o poeta desafia o impossível e tenta no poema 20 dizer o indizível: subverte a sintaxe implode a fala, ousa incutir na linguagem densidade de coisa 25 sem permitir, porém, que perca a transparência já que a coisa é fechada à humana consciência. O que o poeta faz 30 mais do que mencioná-la é torná-la aparência pura – e iluminá-la. Toda coisa tem peso: uma noite em seu centro. 35 O poema é uma coisa que não tem nada dentro, a não ser o ressoar de uma imprecisa voz que não quer se apagar – essa voz somos nós. FERREIRA GULLAR Fonte: Cadernos de literatura brasileira. São Paulo: Instituto Moreira Salles, 1998. A primeira estrofe expõe ideias no campo da metalinguagem, já que apresenta concepções acerca da própria linguagem poética. Os versos que mais se aproximam dessas ideias são:
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A primeira estrofe expõe ideias no campo da metalinguagem, já que apresenta concepções acerca da própria linguagem poética. Os versos que mais se aproximam dessas ideias são:
é torná-la aparência / pura – e iluminá-la. (l. 31-32)
a mensagem se orienta para os elementos do código. Trata-se da análise do poeta de como fazer poesia.
Espero ter te ajudado ^^
é torná-la aparência / pura – e iluminá-la. (l. 31-32)
a mensagem se orienta para os elementos do código. Trata-se da análise do poeta de como fazer poesia.
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Resposta:
Metaliguistica e poética
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