UEPA)
Texto 1
“Em 1997, a Unesco reuniu cientistas, políticos e estudiosos em Utrecht, na Holanda, para discutir como lidar com a violência entre crianças, adolescentes e jovens em escolas europeias. Um dos primeiros problemas do grupo foi chegar a um acordo sobre o que identifica alguém violento. Termos como ‘comportamento indesejável’ ou ‘antissocial’ e atitudes ‘politicamente incorretas’ apareceram para descrever jovens ‘normais’ e sem aparentes tendências à delinquência, mas que, um dia, fizeram algo gravíssimo. Dez anos depois, essas questões permanecem desafiando pais, escolas e governos. O que leva jovens com família, dinheiro e acesso à boa educação a se comportarem como bárbaros sem motivo aparente? Este é o debate no qual o Brasil se envolve após tomar conhecimento de que um grupo de garotos da classe média alta carioca espancou covardemente uma empregada doméstica que estava sozinha em um ponto de ônibus, na madrugada do domingo 24. Até então, eles eram considerados ‘mimados’, ‘arrogantes’, segundo vizinhos e colegas de faculdade que não quiseram se identificar. Agora são criminosos.”
(Assis Filho e Eliane e Lobato. Comportamento: marginais de classe média. Revista ISTO É, 04 julho de 2007)
Texto 2
“O assassinato do índio pataxó Galdino José dos Santos foi um dos muitos crimes cometidos por jovens de classe média que mais chocaram o Brasil. Em 1997, cinco rapazes de Brasília tocaram fogo no índio que dormia num ponto de ônibus. ‘A gente só queria dar um susto em um mendigo, não sabíamos que era índio, disse na época A.N.V., filho de um juiz. Foi preso com os amigos M.R.A, E.R. de O., T.O. e G.O. de A., por incendiar o pataxó. Galdino teve 95% do corpo queimado e morreu. ‘Eles nunca ficaram em celas enquanto esperavam o julgamento’, diz a promotora Maria José Miranda. Segundo ela, ocupavam a biblioteca da penitenciária, tinham banho quente e computador, entre outros privilégios.
Os rapazes foram julgados e condenados a 14 anos de prisão em 2001 e deveriam ter permanecido pelo menos nove anos em regime fechado. Não foi o que aconteceu. Em 2003, A.N. e N.M., enteado de um ex-ministro do TSE, foram flagrados tomando cerveja num bar. Em 2004, estavam todos soltos. Para sair da cadeia, disseram que queriam trabalhar e estudar. ‘Nenhum estudava antes de ser preso’, diz o promotor Maurício Miranda. ‘O rico, depois que entra na cadeia, vai para a faculdade para se beneficiar com o saidão”. Hoje levam uma vida discreta.”
(Assis Filho e Eliane e Lobato. Comportamento: marginais de classe média. Revista ISTO É, 04 julho de 2007)
A construção sintática dos períodos iniciais dos textos 1 e 2 tem os termos da oração ordenados de modo diferente, conforme a intenção do autor. Assinale a alternativa que descreve, corretamente, a ordenação e a intenção do autor.
A) Ambos os períodos começam com o sujeito porque a intenção do autor é destacar este termo como o elemento mais importante da informação.
(B) O período inicial do Texto 1 começa com um adjunto adverbial temporal e o mesmo ocorre no Texto 2, visto que o foco de informação de ambos os textos é o decurso do tempo entre as ações criminosas.
(C) Ambos os períodos ordenam seus termos conforme a ordem direta (sujeito – verbo – objeto – adjunto adverbial), embora o período do Texto 1 comece com um marcador temporal (adjunto adverbial de tempo).
(D) O primeiro período do Texto 1 começa com adjunto adverbial de tempo, pois o autor quer destacar o decurso do tempo entre as ações criminosas, e o inicial do Texto 2 começa com o sujeito, pois o autor quer a ênfase direcionada ao fato relatado.
(E) As diferentes formas de ordenar os termos da oração do período inicial dos textos 1 e 2 não interferem no sentido deles; qualquer ordenação levaria à mesma compreensão.
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Alternativa D.
O primeiro período do Texto 1 começa com adjunto adverbial de tempo ("Em 1997"). A intenção do autor era destacar o decurso de tempo entre as ações, pois em seguida lemos que "dez anos depois essas questões permanecem desafiando pais, escolas e governos". Ou seja, é feita uma comparação entre o ontem e o hoje.
O período inicial do Texto 2 começa com o sujeito ("O assassinato do índio pataxó Galdino José dos Santos". A intenção do autor era destacar o fato relatado.
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