(Uepa) Leia os textos abaixo .
Ao longe os barcos de flores
Só, incessante, um som de flauta chora,
Viúva, grácil na escuridão tranquila.
-Perdida voz que de entre as mais se exila
-Festões de som dissimulando a hora
Na orgia, ao longe, que em clarões ciintila
E os lábios, branca, do carmim desflora…
Só, incessante, um som de flauta chora,
Viúva, grácil, na escuridão tranqüila.
E a orquestra? E os beijos? Tudo a noite, fora,
Cauta, detém. Só modulada trila
A flauta fébil… Quem há-de remi-la?
Quem sabe a dor que sem razão deplora?
Só, incessante, um som de flauta chora…
Camilo Pessanha
Flores de Xangai,1998
Hou Hsiao-hsien tem nesse filme uma aposta estética principal:
compor os climas de um mundo povoado por desejos, ebriedades, comércios, jogos, gestos, vaidades e muito, muito luxo. Somos transportados às casas de flores, como eram chamadas na Xangai do século XIX as luxuosas casas de prostituição, onde os ricos "mestres" da época vinham encontrar amor e descanso, um refúgio do
mundo exterior. [...] Em Flores de Xangai, tudo se passa dentro de quatro casas de flores,[...] territórios separados do meio que os rodeia, pelos costumes, pelos modos, pelo constante uso de ópio, pelos jogos, pelos rituais gastronômicos e amorosos, pela profusão de mobiliárias, bibelôs e luminárias trabalhadíssimas, índices da opulência simbólica daquele ambiente.
A intertextualidade perceptível entre o soneto "Ao longe os barcos de flores" e a resenha do filme Flores de Xangai revela que ambas as produções dialogam com a cultura da China do século XIX, onde, naquele período, os prostíbulos eram chamados de casas de flores. Em seu [poema], bem ao gosto simbolista, Camilo Pessanha prefere a imagem do barco (ao invés de casa) e sugere a dor existencial por meio:
a) de uma análise negativa da prática da prostituição
b) da sugestão decadentista contida na sonoridade da flauta e em sua adjetivação.
c) de alusões à religiosidade cristã católica sugerida por imagens litúrgicas
d) do apelo sensorial e místico criado pela profusão de imagens olfativas
e) do objetivismo pelo qual sugere o tema metafísico da morte.
Soluções para a tarefa
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Alternativa B - Correta, pois descreve a dor existente através do som da flauta que "chora" sozinha na escuridão pela viúva.
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A imagem do Barco no poema de Camilo Pessanha sugere a dor existêncial é dada pela adjetivação excessiva, que traz o ar de melancolia. -B
a) Falsa; Em nenhum momento o poema tentam analisar a prática da prostituição de forma negativa. Ele traz a dor existencial da profissão apenas.
b) Correta; No poema, a adjetivação excessiva faz dá características melancólicas que levam a sugestão da dor existencial.
c) Falsa; O poema não faz alusões ao cristianismo, muito menos à imagens litúrgicas.
d) Falsa; O apelo que o autor aflora no poema é emocional, não sensorial ou místico.
e) Falsa; Objetivismo não é uma característica do poema. Fato comprovado por tamanha adjetivação.
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