– (UEL 2011) Leia o texto a seguir. [...] não exigirei que um sistema científico seja suscetível de ser dado como válido, de uma vez por todas, em sentido positivo; exigirei, porém, que sua forma lógica seja tal que se torne possível validá-lo através de recurso a provas empíricas em sentido negativo [...]. (POPPER, K. A lógica da pesquisa científica. Trad. L. Hegenberg e O. S. da Mota. São Paulo: Cultrix, 1972. p. 42.) Assinale a alternativa que corresponde ao critério de avaliação das teorias científicas empregado por Popper. a) Falseabilidade b) Organicidade c) Confiabilidade d) Dialeticidade e) Diferenciabilidade
Soluções para a tarefa
Resposta:
A
Explicação:
Falseabilidade - Critério metodológico de cientificidade proposto por Karl Popper em contraposição ao critério verificacionista dos neo-positivistas.
O critério de avaliação das teorias científicas empregado por Popper é o critério da falseabilidade. Logo, a alternativa A é a correta.
Popper substituiu o principio de verificação (que é principio de significância) pelo critério de falseabilidade (que é critério de demarcação entre ciencia e não-ciencia). Diversamente do principio de verificação, o critério de falseabilidade não é critério de significância, mas, repito, critério de demarcação entre assertivas empíricas e assertivas não empíricas. Entretanto, dizer que uma assertiva ou um conjunto de assertivas não é científico não implica em absoluto dizer que ele é insensato,
O critério de Popper é o critério de demarcação destinado a demarcar sistemas de assertivas científicas dos sistemas perfeitamente significantes de assertivas metafísicas. Na realidade, os neopositivistas tentaram eliminar a metafísica lançando-lhe impropérios. Mas, com o seu princípio de verificação, reintroduziram a metafísica na ciência enquanto as próprias leis da natureza não são verificáveis
A ciência, contudo, não pode desfrutar de autoridade pública e obedecer ao princípio de falseabilidade ao mesmo tempo.
Assim que uma hipótese científica é aceita pelo Estado, a sociedade passa a aceita-la por força de lei. É desta maneira que a hipótese científica se torna crença generalizada: ignora-se o princípio de falseabilidade. O resultado prático é que tal crença dificilmente pode ser alterada: ela está já no campo da propaganda, do marketing e do lobby dos grupos de pressão.
Tão logo uma hipótese científica é subscrita pelo Estado e se torna obrigatória por lei, ou é aceita pela sociedade e se torna crença geral, ela se furta ao princípio de falseabilidade e já não pode ser alterada senão pela ação de grupos de pressão e da propaganda em massa
Como diz o filósofo Olavo de Carvalho, sobre a autoridade pública que a comunidade científica exerce:
- (...) o princípio de falseabilidade é um saco sem fundo: não se pode alegar um fato contra uma generalização se esse fato não contém em si o germe de uma nova generalização ao menos implícita. E toda nova generalização é, como suas antecedentes, apenas uma hipótese provisória. Uma hipótese provisória pode durar um minuto, dois minutos, três dias, um século, e ser derrubada de repente. Mas se antes de ser derrubada ela já dispõe de autoridade pública e se torna fundamento de leis e instituições, a comunidade científica não tem o poder mágico de anular retroativamente as consequências
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