Português, perguntado por thaybatistam3530, 1 ano atrás

(U FF-RJ) Texto para a próxima questão:

Senhora Dona Bahia,
nobre e opulenta cidade,
madrasta dos naturais,
e dos estrangeiros madre:
Dizei-me por vida vossa
em que fundais o ditame
de exaltar os que aqui vêm,
e abater os que aqui nascem?
Se o fazeis pelo interesse
de que os estranhos vos gabem,
isso os paisanos fariam
com conhecidas vantagens.
E suposto que os louvores
em boca própria não valem,
se tem força esta sentença,
mor força terá a verdade.
O certo é, pátria minha,
que fostes terra de alarves,
e inda os ressábios vos duram
desse tempo e dessa idade.
Haverá duzentos anos,
nem tantos podem contar-se,
que éreis uma aldeia pobre
e hoje sois rica cidade.
Então vos pisavam índios,
e vos habitavam cafres,
hoje chispais fidalguias,
arrojando personagens.
(Gregório de Matos
Nota: entenda-se "Bahia" como cidade.) Todas as afirmativas sobre a construção estética ou a produção textual do poema de Gregório de Matos
(Texto) estão adequadas, EXCETO uma. Assinale-a.
a) Existem antíteses, características de textos no período barroco.
b) Há uma personificação, pois a Bahia, ser inanimado, é tratada como ser vivo.
c) A ausência de métrica aproxima o poema do Modernismo.
d) O eu lírico usa o vocativo, transformando a Bahia em sua interlocutora.
e) Há diferença de tratamento para os habitantes locais e os estrangeiros.

Soluções para a tarefa

Respondido por Usuário anônimo
5
Alternativa C está incorreta, pois o texto tem sim uma métrica bem regular, os famosos redondilhos maiores, versos de sete sílabas, e apesar de seu caráter de triste ironia, não tem nada de modernista, lá nos seus idos do século XVII...
Suas antíteses são marcadamente barrocas, e o vocativo que usa a Bahia como sua interlocutora também a personifica (uma prosopopeia).
Respondido por 56242
5
Olá, boa noite! ☺

Bem, vamos lá ...

Prezado amigo (a), com base no enunciado acima, podemos compreender que:

Senhora Dona Bahia,
nobre e opulenta cidade,
madrasta dos naturais,
e dos estrangeiros madre:
Dizei-me por vida vossa
em que fundais o ditame
de exaltar os que aqui vêm,
e abater os que aqui nascem?
Se o fazeis pelo interesse
de que os estranhos vos gabem,
isso os paisanos fariam
com conhecidas vantagens.
E suposto que os louvores
em boca própria não valem,
se tem força esta sentença,
mor força terá a verdade.
O certo é, pátria minha,
que fostes terra de alarves,
e inda os ressábios vos duram
desse tempo e dessa idade.
Haverá duzentos anos,
nem tantos podem contar-se,
que éreis uma aldeia pobre
e hoje sois rica cidade.
Então vos pisavam índios,
e vos habitavam cafres,
hoje chispais fidalguias,
arrojando personagens.
(Gregório de Matos
Nota: entenda-se "Bahia" como cidade.) Todas as afirmativas sobre a construção estética ou a produção textual do poema de Gregório de Matos
(Texto) estão adequadas, EXCETO uma:

c) A ausência de métrica aproxima o poema do Modernismo.
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