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2º BIM - LP - O que você está sentindo ( 1ª série/sequência 1/aula 2) - 06.05.2021
(EM13LP102) Analisar visões de mundo, conflitos de interesse, preconceitos e ideologias presentes nos discursos veiculados nas diferentes mídias, ampliando suas possibilidades de explicação, interpretação e intervenção crítica da/na realidade”. Habilidades de suporte: (EF89LP22A); (EF09LP13B)
Murar o Medo
O medo foi um dos meus primeiros mestres. Antes de ganhar confiança em celestiais criaturas, aprendi a temer monstros, fantasmas e demônios. Os anjos, quando chegaram, já era para me guardarem. Os anjos atuavam como uma espécie de agentes de segurança privada das almas.
Nem sempre os que me protegiam sabiam da diferença entre sentimento e realidade. Isso acontecia, por exemplo, quando me ensinavam a recear os desconhecidos. Na realidade, a maior parte da violência contra as crianças sempre foi praticada, não por estranhos, mas por parentes e conhecidos. Os fantasmas que serviam na minha infância reproduziam esse velho engano de que estamos mais seguros em ambiente que reconhecemos.
Os meus anjos da guarda tinham a ingenuidade de acreditar que eu estaria mais protegido apenas por não me aventurar para além da fronteira da minha língua, da minha cultura e do meu território. O medo foi, afinal, o mestre que mais me fez desaprender. Quando deixei a minha casa natal, uma invisível mão roubava-me a coragem de viver e a audácia de ser eu mesmo. No horizonte, vislumbravam-se mais muros do que estradas.
Nessa altura algo me sugeria o seguinte: que há, neste mundo, mais medo de coisas más do que coisas más propriamente ditas.
No Moçambique colonial em que nasci e cresci, a narrativa do medo tinha um invejável casting internacional. Os chineses que comiam crianças, os chamados terroristas que lutavam pela independência e um ateu barbudo com um nome alemão. Esses fantasmas tiveram o fim de todos os fantasmas: morreram quando morreu o medo.
Os chineses abriram restaurantes à nossa porta, os ditos terroristas são hoje governantes respeitáveis e Carl Marx, o ateu barbudo, é um simpático avô que não deixou descendência. O preço dessa construção de terror foi, no entanto, trágico para o continente africano.
A narrativa em primeira pessoa é usada para estabelecer um relato pessoal, mesclando experiências pessoais e leituras de momentos históricos. A mesclagem entre esses dois tipos de narrativa é um recurso argumentativo, com o objetivo de mostrar que
O receio é uma maneira de inibição do sujeito.
As experiências pessoais são estratégias de convencimento.
O medo é uma forma de controle social e humano.
As memórias infantis são manifestações do imaginário social.
Soluções para a tarefa
A mesclagem entre esses dois tipos de narrativa é um recurso argumentativo, com o objetivo de mostrar que o medo é uma forma de controle social e humano. Portanto, LETRA C.
Essa é uma questão de interpretação de texto, para respondê-la você deverá ler o texto com bastante atenção e reler se preciso for.
Dicas/orientações:
- Faça a leitura com calma e muita atenção, sem se distrair.
- Não passe para o próximo parágrafo antes de entender o que acabou de ler.
- Leia o texto mais de uma vez.
- Atente-se aos detalhes e informações nas entrelinhas.
- Destaque as partes que considerar como sendo as mais importantes.
- Volte ao texto quando for responder uma pergunta para ter certeza de que está colocando a resposta certa.
Você aqui outra questão de interpretação:
- brainly.com.br/tarefa/37138152
Espero ter ajudado!