História, perguntado por elizamaamaro10, 10 meses atrás

tudo sobre o Escravismo Colonial​

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Respondido por thaynarasilva447
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sociedade colonial assentava-se na oposição entre senhores e escravos. Todos os demais grupos sociais definiam-se de acordo com seu grau de proximidade ou distância desse núcleo fundamental. Senhores de engenho, pequenos lavradores, comerciantes, fidalgos, clérigos e funcionários constituíam o rol dos homens livres, que desfrutavam de liberdade jurídica.

Os escravos, pelo contrário, podiam ser propriedade, comprados da mesma forma como se adquire uma carroça, uma enxada ou um animal. Tanto seu trabalho quanto sua vontade pessoal pertenciam ao seu proprietário. Como mercadoria, podiam ser vendidos, emprestados, alugados ou doados, de acordo com o desejo de seu senhor. A condição de escravo transmitia-se de forma hereditária até que, por iniciativa do proprietário, lhe fosse concedida a alforria, ou seja, a liberdade.

O escravo distinguia-se, portanto, de dois outros tipos de trabalhador, o servo e o assalariado. O primeiro, típico do feudalismo, não tinha liberdade, estava preso às terras de seu senhor e devia a ele uma série de obrigações que poderiam variar do trabalho de alguns dias em suas terras à entrega de parte de sua produção. Não era alguma coisa que pudesse ser vendida e comprada nas feiras medievais. Já o assalariado possui sua liberdade. Pode vender sua força de trabalho ao empregador pelo tempo e pelo preço que achar conveniente. Estabelece-se, nesse caso, uma troca entre o trabalho do homem livre e o salário pago pelo seu patrão.

Desde os primeiros tempos da conquista até o século 19, a escravidão foi a relação de trabalho dominante na América portuguesa e depois no Brasil independente. A escravização dos indígenas persistiu por todo o período colonial, sendo predominante no Nordeste até o final do século 16 e nas capitanias do Norte e do Sul até meados do século 18.

Nessas regiões, colonos laicos organizavam expedições denominadas bandeiras com o objetivo de descobrir minas de metais preciosos e capturar índios para os trabalhos da terra. Mas a escravidão indígena não se articulava à rede mercantil, que era montada em escala mundial, e, portanto, mostrava-se pouco atraente aos grandes mercadores e ao Estado absolutista português.

O tráfico negreiro, por seu turno, permitia a obtenção de altíssimos lucros e fazia parte do mercado mundial que se estruturava e cuja lógica também passava a estruturar a sociedade colonial.

Respondido por marceleanderson
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Resposta:

O conceito de modo de produção escravista colonial foi desenvolvido pelo historiador brasileiro Jacob Gorender (1923 - 2013).Na elaboração desse conceito,o historiador estabelece as diferenças entre o escravismo brasileiro e o escravismo da Antiguidade,a organização da produção e os principais aspectos da produção escravista colonial:

"O escravismo colonial brasileiro se distingue do modo de produção vigente na Grécia e na Roma Antiga,que também tinha por base o trabalho escravo,exatamente por ser colonial.Isto é,os proprietários dos meios de produção e a comercialização do fruto de trabalho estavam sob controle da metrópole portuguesa,e não da própria colônia.

Ao mesmo tempo,a organização da produção tinha por base a plantation - grandes latifúndios voltados para uma só cultura destinada a exportação (cana-de-açúcar,café,etc.).Dessa forma,o escravismo colonial atendia aos interesses do capitalismo mercantil dominante na Europa e estava entrelaçado com ele,o que não ocorria no modo de produção escravista vigente na Grécia e na Roma Antiga.

O modo de produção escravista colonial apresenta três aspectos principais.

1. Economia voltada predominantemente para o mercado externo (isto é,produzia-se tendo em vista a exportação,e não o consumo interno),dependendo desse mercado externo o estímulo necessário ao desenvolvimento das forças produtivas.

2. Troca de gêneros agropecuários ou matérias-primas minerais por manufaturas fabricadas na metrópole ou em algum outro país europeu.

3. Fraco ou nenhum controle da colônia sobre a comercialização no mercado externo.

A mistura de trabalho escravo e capitalismo mercantil (dominante na metrópole) criou uma sociedade peculiar.Os mercadores coloniais constituíam uma burguesia mercantil integrada na ordem escravista,e tão interessada na sua conservação quanto os plantadores.Boa parte desses mercadores,aliás,se dedicava ao tráfico de escravos da África para o Brasil colonial e Imperial."

Explicação:

A implantação da escra­vidão como elemento chave da organização econômica das colônias atendeu as exigências do sistema capitalista nascente e de sua efetivação na periferia do Sistema Colo­nial, ou seja, a escravidão foi fundamental para a realiza­ção da acumulação do capital.

O trabalho compulsório no Brasil abrangeu dois tipos de escravidão: a indígena (o escravismo vermelho) e a negra africana. A primeira, apesar de toda a reação con­trária dos religiosos, foi praticada em determinados perío­dos, até 1759, quando um decreto pombalino aboliu a escravidão indígena. Quanto à escravidão africana, a mão-de-obra negra, além de garantir a instalação de um complexo sistema produtor de açúcar na colônia, era também altamente lucrativa para a burguesia mercantil metropolitana, a partir do tráfico negreiro; existente para abastecer as plantações das ilhas do Atlântico, desde o século XV, portanto, preexistente ao Descobrimento do Brasil.

A economia colonial

Dentro do Antigo Sistema Colonial, o Brasil se orga­nizou como uma colônia de exploração. Assim, a eco­nomia colonial brasileira integrou-se ao sistema capitalista nascente como fornecedora de produtos tropicais, ali­mentos, matérias-primas e metais preciosos; daí a defini­ção de algumas de suas características: complementar, es­pecializada, extrovertida e dependente do mercado ex­terno.

A opção do mercantilismo português pelo estabeleci­mento de uma grande -lavoura de exportação, onde eram obtidos os produtos tropicais em grande escala, como o açúcar, garantiu à metrópole lusa os lucros auferidos com a sua comercialização no mercado europeu e, ao mesmo tempo, a ocupação efetiva de sua possessão americana. Por essa razão, a economia colonial baseou-se na grande lavoura mercantil, monocultora e escravista.

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