Tudo isso é uma crítica à democracia burguesa que marxistas e outros têm feito corretamente. Há, contudo, uma crítica diferente, que complementa a primeira, e que é, sob alguns aspectos, ainda mais fundamental. Trata-se da questão de que o tipo de sistema representativo e parlamentar que é elemento essencial da democracia burguesa é, em qualquer caso e qualquer que seja seu contexto, não democrático [...]. (MILIBAND, Ralph. “Reflexões sobre a crise dos regimes comunistas”. In: BLACKBURN, Robin (org.) Depois da queda – o fracasso do comunismo e o futuro do socialismo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992. p. 21-35). Desde os escritos de Jean-Jacques Rousseau, várias críticas têm sido construídas ao modelo de democracia representativa, tal como se pode observar no fragmento de Miliband, comentado acima. A partir dele, a) DEFINA a democracia representativa, diferenciando-a da democracia direta; b) DISCUTA duas possíveis críticas ou limites da democracia representativa.
Soluções para a tarefa
Resposta:
A) Democracia representativa é aquela na qual os cidadãos participam das decisões políticas de forma indireta, por meio da escolha de representantes em eleições periódicas que, a partir do exercício de um mandato, decidem em nome da população. A democracia direta é marcada, ao contrá-rio, pela presença efetiva dos cidadãos no momento da tomada de decisão, via plebis-cito, referendo ou orçamento participativo.B) Com legislativos eleitos pelo princípio da proporcionalidade, cidadãos de regiões com baixa representatividade tendem a ser prejudicados no processo político. Em fun-ção de financiamentos privados de campa-nha, ou mistos, e campanhas que envolvem somas vultuosas em propaganda, quem tem maior poder aquisitivo tem melhores chances de ser eleito, e o parlamento difi-cilmente representa de fato os interesses da população. A falta de identidade das siglas partidárias dificulta a escolha cons-ciente por parte dos cidadãos, dando ori-gem a votos cada vez mais personalizados ou baseados no que já está consolidado, além de dar a impressão de que “político é tudo igual”, gerando descrença cada vez maior na participação por parte dos sujei-tos sociais.