Sociologia, perguntado por juuhbertoldo, 1 ano atrás

Trecho do livro “Capitalismo parasitário” de Zigmund Baumann

Rosa Luxemburgo já havia escrito seu estudo sobre a “acumulação capitalista”, no qual sustentava que esse sistema não pode sobreviver sem as economias “não capitalistas”: ele só é capaz de avançar seguindo os próprios princípios enquanto existirem “terras virgens” abertas à expansão e à exploração – embora, ao conquistá-las e explorá-las, ele as prive de sua virgindade pré-capitalista, exaurindo assim as fontes de sua própria alimentação.

Sem meias palavras, o capitalismo é um sistema parasitário. Como todos os parasitas, pode prosperar durante certo período, desde que encontre um organismo ainda não explorado que lhe forneça alimento. Mas não pode fazer isso sem prejudicar o hospedeiro, destruindo assim, cedo ou tarde, as condições de sua prosperidade ou mesmo de sua sobrevivência.

Em tempos recentes, assistimos a outra demonstração concreta da “lei de Rosa”, o famigerado affaire das “hipotecas subprime”, (sobre a crise do subprime você pode ler mais neste link: https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2016/02/27/entenda-o-que-causou-a-crise-financeira-de-2008.htm) que estão na origem da atual recessão: o expediente de fôlego curto, deliberadamente míope, de transformar em devedores indivíduos desprovidos dos requisitos necessários à concessão de um empréstimo. A única coisa que eles inspiravam era a esperança (um tanto astuta, mas vã, em última análise) de que o aumento dos preços das casas, estimulado por uma demanda artificialmente inflada, pudesse garantir, como um círculo que se fecha, que os “compradores de primeira viagem” pagassem os juros regularmente (pelo menos por algum tempo).

A atual contração do crédito não é um sinal do fim do capitalismo, mas apenas da exaustão de mais um pasto. A busca de novas pastagens terá início imediatamente, alimentada, como no passado, pelo Estado capitalista, por meio da mobilização forçada de recursos públicos (usando os impostos, em lugar do poder de sedução do mercado, agora abalado e temporariamente fora de operação).

Novas “terras virgens” serão encontradas e novos esforços serão feitos para explorá-las, por bem ou por mal, até o momento em que sua capacidade de engordar os lucros dos acionistas e as gratificações dos dirigentes for exaurida.

O anúncio de uma nova “descoberta”, de uma ilha ainda não assinalada nos mapas, atrai multidões de aventureiros. Eles chegam num número muito maior que o tamanho e a capacidade do território virgem – são batalhões que, num piscar de olhos, terão de voltar a seus barcos para escapar do desastre iminente, esperando, contra todas as expectativas, que as embarcações ainda estejam lá intactas, no porto.

A grande questão é saber quando se esgotará a lista de terras passíveis de “virginização secundária” e quando as explorações, por mais frenéticas e engenhosas que sejam, deixarão de garantir um alívio temporário. É bastante improvável que os mercados – dominados como estão pela mentalidade líquido-moderna do “caçador”, que veio substituir a postura pré-moderna do guarda-caça e sólido-moderna do jardineiro – se preocupem em expressar essas questões. Eles continuarão a viver passando de uma caçada bem-sucedida à outra, enquanto conseguirem desencavar novas chances de adiar a hora da verdade, mesmo que por pouco tempo e a qualquer custo.

1.Segundo a leitura do texto de Baumann, o que você entende pela ideia de capitalismo parasitário?2.É possível uma outra forma de viver o capitalismo sem essa perspectiva parasitária?3.Quais as consequências desta ação para vida dos indivíduos?

Soluções para a tarefa

Respondido por kacauchan
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Olá!!


Vamos as respostas:


1 - Quando Baumann sobre o capitalismo ser parasitário é que ele funciona exatamente como um ser vivo parasita, que apenas se aproveita de outro ser e suga toda a sua força o que acaba prejudicando o hospedeiro. Ou seja, no começo o parasita traz coisas boas para ele, mas chega um momento que essas cosias não irão existir mais e será necessário procurar depois outro local para encontrar energia que precisa para sobreviver.


2 - Segundo o texto não podemos fugir desse modelo de capitalismo, pois sempre que encontramos uma "terra nova", por exemplo, a mesma será explorada para gerar lucros e no fim também será cobrado impostos no mesmo ciclo que funciona ao redor do mundo.


3 - De acordo com o texto a consequência não será boa, pois esse modelo funciona de forma que quando todo recurso de um local é extraído, eles vão para outro até que acabe tudo, já que os nossos recursos são finitos. E isso irá trazer consequências desastrosas.



Espero ter ajudado! Bons Estudos!

Respondido por natantorns
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