TRACTATUS LOGICO-PHILOSOPHICUS, DE LUDWIG WITTGENSTEIN
1 O mundo é tudo o que é o caso. (…)
2 O que é o caso, o fato, é a existência de estados de coisas.
2.01 O estado de coisas é uma ligação de objetos (coisas). (…)
2.1 Figuramos os fatos. (…)
2.12 A figuração é um modelo da realidade. (…)
2.1512 Ela [a figuração] é como uma régua aposta à realidade. (…)
2.223 Para reconhecer se a figuração é verdadeira ou falsa, devemos compará-la com a realidade.
2.224 Não é possível reconhecer, a partir da figuração tão somente, se ela é verdadeira ou falsa. (…)
3 A figuração lógica dos fatos é o pensamento. (…)
3.141 A proposição não é uma mistura de palavras. – (Como o tema musical não é uma mistura de sons.)
A proposição é articulada. (…)
4 O pensamento é a proposição com sentido. (…)
4.003 A maioria das proposições e questões que se formularam sobre temas filosóficos não são falsas, mas contrassensos. Por isso, não podemos de modo algum responder a questões dessa espécie, mas apenas estabelecer seu caráter de contrassenso. A maioria das questões e proposições dos filósofos provém de não entendermos a lógica de nossa linguagem.
(São da mesma espécie que a questão de saber se o bem é mais ou menos idêntico ao belo.)
E não é de admirar que os problemas mais profundos não sejam propriamente problemas. (…)
4.01 A proposição é uma figuração da realidade. A proposição é um modelo da realidade tal como pensamos que seja. (…)
4.1 A proposição representa a existência e a inexistência de estados de coisas.
4.11 A totalidade das proposições verdadeiras é toda a ciência natural (ou a totalidade das ciências naturais).
4.111 A filosofia não é uma das ciências naturais.
(A palavra filosofia deve significar algo que esteja acima ou abaixo, mas não ao lado, das ciências naturais.)
4.112 O fim da filosofia é o esclarecimento lógico dos pensamentos.
A filosofia não é uma teoria, mas uma atividade. Uma obra filosófica consiste essencialmente em elucidações.
O resultado da filosofia não são “proposições filosóficas”, mas é tornar proposições claras.
Cumpre à filosofia tornar claros e delimitar precisamente os pensamentos, antes como que turvos e indistintos. (…)
4.113 A filosofia limita o território disputável da ciência natural.
4.114 Cumpre-lhe delimitar o pensável e, com isso, o impensável.
Cumpre-lhe delimitar o impensável de dentro, através do pensável. (…)
4.116 Tudo que pode ser em geral pensado pode ser pensado claramente. Pode-se enunciar claramente tudo que se pode enunciar. (…)
6.4312 A imortalidade temporal da alma humana – ou seja, sua sobrevivência eterna ainda após a morte – não apenas não está de modo algum assegurada, mas, acima de tudo, essa suposição absolutamente não se presta ao que com ela sempre se pretendeu. Pois há enigma que se resolva por obra de minha sobrevivência eterna? Pois não é essa vida eterna tão enigmática quanto a vida presente? A solução do enigma da vida no espaço e no tempo está fora do espaço e do tempo.
(Não são problemas da ciência natural o que se trata de solucionar.) (…)
6.54 Minhas proposições elucidam dessa maneira: quem me entende acaba por reconhecê-las como contrassensos, após ter escalado através delas – por elas – para além delas. (Deve, por assim dizer, jogar fora a escada após ter subido por ela.)
Deve sobrepujar essas proposições, e então verá o mundo corretamente.
7 Sobre aquilo de que não se pode falar, deve-se calar.
(WITTGENSTEIN, L. Tractatus Logico-Philosophicus. Tradução e apresentação Luiz Henrique Lopes dos Santos. 3. ed. São Paulo: Edusp, 2001. p. 131, 135, 143, 147, 149, 165, 177, 179, 279, 281.)
1. Para Wittgenstein, a questão “O bem é idêntico ao belo?” Poderia ser considerada um problema real? Por quê? (1,25)
R.
2. Em 3.141, Wittgenstein afirma que “a proposição é articulada”. Dê um exemplo do que seria uma mistura desarticulada de palavras. (1,25)
R.
3. Dê dois sinônimos da palavra fim, com o sentido que ela possui na proposição 4.112. (1,25)
R.
4. Segundo o texto, um livro que não esclareça nada para seus leitores pode ser considerado uma obra filosófica? Justifique sua resposta citando uma passagem do texto. (1,25)
R.
5. Reescreva com suas palavras uma das duas afirmações contidas na proposição 4.114, explicitando o sujeito da afirmação. (1,25)
R.
6. De acordo com o texto, qual é o critério para determinar se uma proposição é verdadeira? Indique o número da proposição do Tractatus em que Wittgenstein explicita esse critério. (1,25)
R.
7. Levando em consideração as proposições 7 e 4.114, explique com suas palavras a proposição 4.113 (“A filosofia limita o território disputável da ciência natural”). (1,25)
R.
8. O que faz com que uma pessoa seja dissuadida de uma ideia que fazia do mundo ou de alguma coisa nele? Responda citando um caso em que você tenha mudado de ideia em relação a algum aspecto do mundo ou de alguma coisa nele – mas não se restrinja a esse caso na sua argumentação. (1,25)
R.
Soluções para a tarefa
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mds quanta coisa
pe0wpwq0paozos
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