Torce, aprimora, alteia, lima A frase; e, enfim, No verso de ouro engasta a rima, Como um rubim. Quero que a estrofe cristalina, Dobrada ao jeito Do ourives, saia da oficina Sem um defeito: E que o lavor do verso, acaso, Por tão subtil, Possa o lavor lembrar de um vaso De Becerril. E horas sem conto passo, mudo, O olhar atento, A trabalhar, longe de tudo O pensamento. Porque o escrever - tanta perícia, Tanta requer, Que oficio tal... nem há notícia De outro qualquer. [...] BILAC, Olavo. Profissão de Fé. In: Poesias. Disponível em . Acesso em 06 mai. 2019. I. Entre as características parnasianas presentes no poema lido, podemos destacar o fato de que a temática do texto é o próprio ofício de escritor parnasiano, o qual está sempre dedicando-se a atender as normas da “boa escrita”. II. O poema reforça a ideia de que o trabalho com a palavra é árduo, difícil, o que pode ser observado em versos como “Torce, aprimora, alteia, lima” e “Porque o escrever - tanta perícia, / Tanta requer, / Que oficio tal... nem há notícia / De outro qualquer”. III. Dentre os aspectos formais de Profissão de fé, podemos destacar a presença de rimas ricas (enfim / rubim; cristalina / oficina). IV. A impessoalidade emerge do poema quando este foca-se no fazer literário, engajando-se, dessa forma, em questões sociais. É correto o que se afirma em:
Soluções para a tarefa
I, II e III são verdadeiros.
I. Verdadeiro - O tema do poema "Profissão de fé", de Olavo Bilac, é o próprio ofício do poeta parnasiano, o qual está sempre preocupado com a estética dos versos e com a "boa escrita".
II. Verdadeiro - O trabalho com a palavra era muito árduo para o poeta parnasiano, visto que havia uma grande preocupação com rimas ricas e sonoridade das palavras.
III. Verdadeiro - A rima rica acontece quando palavras de classes gramaticais diferentes rimam entre si. Assim, "enfim" (advérbio) rima com "rubim" (substantivo); "cristalina" (adjetivo) rima com "oficina" (substantivo).
IV. Falso - No Parnasianismo, não há engajamento em questões sociais. Na verdade, os poemas são bem impessoais e estão mais preocupados com a forma do que com o conteúdo.