Todos os sistemas socialistas, inclusive aquele de Karl Marx e seus apoiadores ortodoxos, partem da suposição de que, em uma sociedade socialista, um conflito entre os interesses do indivíduo e do coletivo jamais poderá surgir. Todos irão agir com total interesse em dar o seu melhor, pois ele participa da produção de toda a atividade econômica. A óbvia objeção de que o indivíduo está muito pouco preocupado em determinar se ele próprio é diligente e entusiástico, e que é da maior importância para ele que todos os outros o sejam, é algo completamente ignorado por eles. Quando muito, é insuficientemente abordado. Eles acreditam que podem construir uma economia socialista tendo por base apenas o Imperativo Categórico. O quão suave é a intenção deles em proceder desta maneira foi bem explicitado por Kautsky quando ele diz, “Se o socialismo é uma necessidade social, então é a natureza humana, e não o socialismo, quem deve se reajustar às necessidades caso os dois venham a colidir.” Isso nada mais é do que uma absoluta quimera. (Von MISES, Ludwig. O Cálculo econômico sob o socialismo. São Paulo: Instituto Ludwig Von Mises Brasil, 2012. p. 43.)Sobre a crítica de L. Von Mises ao socialismo, pode-se afirmar:
parte de uma concordância com Marx, mas acaba criticando os discípulos deste.
A) ancora-se no argumento de que um dos erros do socialismo é ignorar o confronto latente entre indivíduo e coletividade.
B) enumera argumentos que não dizem respeito à economia.
C) defende o coletivismo em detrimento do indivíduo.
D)não tem nenhum vínculo com o liberalismo clássico dos séculos XVIII e XIX.
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Resposta: Letra A"
Explicação:
Ludwig Von Mises é um dos principais representantes da Escola Austríaca de Economia, herdeira das doutrinas do liberalismo clássico. As críticas de Mises ao socialismo são variadas, mas, atendo-nos ao texto acima, vemos que seu principal argumento refere-se à questão da visão que o socialismo tem do indivíduo. Ignorar o potencial de liberdade e de livre iniciativa do indivíduo e, eventualmente, forçá-lo (por meio do aparelho estatal) a enquadrar-se nas regras coletivistas é, para Mises, um dos principais problemas da interpretação socialista e algo que pode resultar em regimes totalitários.
Espero ter ajudado!
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