Todos os organismos geneticamente modificados (OGM) devem ser avaliados quanto às alterações genotípicas e fenotípicas decorrentes da modificação de um gene ou da inserção de um gene exógeno. Apesar da ideia de inserir um gene em um organismo selvagem seja melhorar a sua propriedade ou diminuir os custos, pode ocorrer a instabilidade da própria proteína inserida, ou ainda, a alteração dos efeitos regulatórios dos outros genes, que não o gene inserido. Dessa maneira, quando se desenvolve um OGM, deve-se tomar nota de todos os efeitos, sejam eles benéficos ou maléficos, levando em consideração os valores agregados ao crescimento e ao consumo. Existem, ao todo, três grupos de riscos, os Alimentares, os Ecológicos e os Agroecológicos.
Nesse contexto considerado, redija um breve texto dissertativo, conceituando cada um dos riscos. Em seu texto apresente um exemplo/contexto no qual cada um dos riscos se aplica.
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Resposta:
Explicação:
Todos os organismos geneticamente modificados devem ser avaliados quanto
às alterações genotípicas e fenotípicas decorrentes da modificação de um gene
ou da inserção de um gene exógeno. Apesar da ideia de inserir um gene em um
organismo selvagem seja melhorar a sua propriedade ou diminuir os custos, pode
ocorrer a instabilidade da própria proteína inserida, ou ainda, a alteração dos
efeitos regulatórios dos outros genes, que não o gene inserido. Dessa maneira,
quando se desenvolve um OGM, deve-se tomar nota de todos os efeitos, sejam
eles benéficos ou maléficos, levando em consideração os valores agregados ao
crescimento e ao consumo.
Existem, ao todo, três grupos de riscos:
a. Riscos alimentares: deve-se verificar a presença da síntese imediata de
proteínas possivelmente tóxicas ou com efeitos alérgicos. Deve-se, também, levar em consideração os efeitos pleiotrópicos da proteína transgênica
(pleiotropia refere-se aos efeitos que um gene ou uma proteína causam
nos genes não relacionados). Outra preocupação é o efeito de acumulação de herbicidas (ou ainda, de seus metabólitos) nas espécies resistentes,
seja na própria planta, ou em seus produtos. E, por último, deve-se avaliar
a potencialidade de os genes inseridos pela tecnologia do DNA recombinante serem transferidos lateralmente para bactérias simbióticas, tanto
em humanos quanto em animais.
b. Riscos ecológicos: um dos principais problemas seria a transferência lateral de genes para a microbiota do solo ou rizosfera. Além disso, outros
problemas podem ser destacados, como a rápida seleção de microrganismos resistentes aos efeitos tóxicos inseridos em plantas pelo RNA
recombinante, problema causado pela elevada pressão seletiva; a preocupação com o risco de afetar insetos não-alvo pela expressão de proteínas
transgênicas tóxicas, causando alteração das cadeias e teias alimentares;
risco de “surgimento” de cepas virais altamente patogênicas, cuja causa
é a interação do vírus com a planta transgênica (neste caso, a construção transgênica ainda seria instável no genoma do organismo receptor),
o que leva à recombinação do vírus patogênico; além do declínio da biodiversidade das plantas selvagens causado pela polinização cruzada de
plantas resistentes (herbicidas e inseticidas) com a diversidade selvagem.
c. Riscos agroecológicos: em relação ao agronegócio, a principal preocupação é que a resistência das plantas transgênicas tenha menos eficiência em
decorrência da extensa utilização do cultivar durante vários anos; além dos
efeitos pleiotrópicos que o gene inserido pode causar no genoma e no fenótipo da planta, com o risco de efeitos indesejados na atividade do cultivar.
Existem algumas metodologias e alguns parâmetros que devem ser tomados quando
se avalia os riscos de um organismo geneticamente modificado. Atualmente, a
principal forma de avaliação dos riscos de um alimento transgênico é medido por
meio da comparação com o seu análogo convencional (pelo seu histórico de uso
seguro) e, geralmente, os parentais utilizados para a inserção do DNA recombinante. Esse processo de comparação é chamado de equivalência substancial e o seu
uso como metodologia para a avaliação dos riscos é muito debatido ultimamente.