Filosofia, perguntado por Paula73169, 7 meses atrás

“Toda linguagem é um sistema de signos. O signo, segundo definição do filósofo Charles Sanders Peirce, é uma coisa que está no lugar de outra sob algum aspecto. Por exemplo, o choro de uma criança pode estar no lugar do aviso de desconforto, de fome, de frio ou de dor; ou pode estar no lugar simplesmente da frustração da criança que não conseguiu o que queria. O choro pode ser signo de todas essas coisas e, para decifrá-lo adequadamente, precisamos saber o contexto em que ele ocorre e ter familiaridade com a criança que assim se expressa. [...] Se o signo está no lugar do objeto, isto é, se o substitui, ele é uma representação do objeto. Um objeto pode ser representado de várias maneiras, dependendo da relação que existe entre ele e o signo. Vejamos um exemplo: um galo pode ser representado por uma fotografia, por um desenho, pela palavra ‘galo’, pelo som de seu canto cocoricóóóó. Cada um desses signos (fotografia, desenho, palavra e cacarejar) mantém uma relação diferente com o objeto galo. Quando a relação é de semelhança, temos um signo do tipo ícone. O desenho do galo é um ícone quando apresenta semelhança com ele; a representação do galo por meio de seu canto também é um ícone, pois tem uma semelhança sonora com o canto da ave. Se a relação é de causa e efeito, uma relação que afeta a existência do objeto ou é por ela afetada, temos um signo do tipo índice. A fotografia do galo é um índice de sua existência porque toda fotografia é resultado da ação da luz refletida por um objeto e captada pela câmera. Ou seja, o objeto fotografado esteve em frente à câmera no momento em que a fotografia foi feita. Outros exemplos: a chuva pode ser representada pelo signo indicial nuvem (causa da chuva) ou chão molhado (consequência da chuva); a fumaça ou o cheiro de queimado são signos indiciais de fogo; os sinais matemáticos (+, —, x e /), quando colocados ao lado de números, são signos indiciais das operações que devem ser efetuadas; a febre é signo que indica doença. Todos esses signos indicam o objeto representado. Se a relação é arbitrária, regida simplesmente por convenção, temos o símbolo. As palavras são o melhor exemplo de símbolo, mas há muitos outros: nas culturas ocidentais, o preto é símbolo de luto; o uso da aliança no dedo anelar da mão esquerda simboliza a condição de casado; o desenho de um coração simboliza amor, amizade. Esses signos são aceitos pela sociedade como representação dos objetos luto, casamento e sentimento de amor e mantêm-se por convenção, hábito ou tradição. Como só o ser humano é capaz de estabelecer signos arbitrários, regidos por convenções sociais, dizemos que o mundo humano é simbólico. Precisamente por ser um sistema de signos, toda linguagem possui um repertório, ou seja, uma relação de signos que a compõem. [...] O repertório das linguagens verbais (ou línguas, como são chamadas) é bastante amplo e costuma ser relacionado em dicionários. A linguagem musical tonal, para compor seu repertório, dentre todos os sons possíveis, seleciona alguns, denominados dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, acrescidos de sustenidos ou bemóis, que são semitons. Além do repertório, também é preciso que se estabeleçam as regras de combinação dos signos. Quais podemos usar juntos, quais não podemos? Na linguagem do desenho, plano, linha e ponto podem ser usados como o desenhista quiser. Na linguagem verbal, do ponto de vista semântico, não podemos combinar signos que tenham sentidos opostos: subir/descer, nascer/morrer, etc. Não podemos dizer ‘Ele subiu descendo as escadas’, mas podemos dizer ‘Ele subiu correndo as escadas’. Como último passo, a linguagem deve estabelecer as regras de uso dos signos. Em que ocasiões devemos usar o pronome tu e o vós? Devemos vestir as crianças de preto, em ocasiões de luto? Só quando conhecemos o repertório de signos, as regras de combinação e as regras de uso desses signos é que podemos dizer que dominamos uma linguagem.(ARANHA, M.L.A. & MARTINS, M.H.P., 2009, p. 55-56)

De acordo com o texto acima, a linguagem é algo que precisamos adquirir a partir do conhecimento de um conjunto de signos que aprendemos a utilizar para nos comunicar. Em tempos de Pandemia e em razão da utilização de maior comunicação por via remota (on-line), pelas redes sociais em geral; quais os signos mais utilizados para que a comunicação seja rápida para acompanhar o ritmo acelerado das redes?

A) Textos em estilo jornalístico com descrições de fatos e detalhes do fato.
B) Textos em estilo filosóficos capazes de despertar o interlocutor para a reflexão.
C) Textos científicos com utilização de comprovações empíricas para convencer o leitor.
D)Textos construídos com internetês: abreviações, emojis etc.
E) Textos em estilo literário, de preferência poéticos para despertar o romantismo nas pessoas.

Soluções para a tarefa

Respondido por castromeiraleticia17
1

Resposta:

Explicação:

Tenho quase certeza que é a letra A.

Respondido por larissamagrani
0

O texto de Aranha e Martins é de cunho reflexivo e filosófico (A).

A filosofia tem a função de questionar o conhecimento mítico e buscar explicações lógicas e racionais para o universo.

Filosofia, em sua raiz epistemológica, significa "amigo da sabedoria", ou seja, a filosofia é um princípio, segundo os filósofos helênicos, que tem como pressuposto guiar-se exclusivamente pela razão, a fim de encontrar explicações plausíveis acerca da natureza e do mundo.

Assim, o filósofo (aquele que pratica essa amizade) utiliza de questionamentos, perguntas, verificação para chegar a uma verdade através da sua faculdade racional.

A filosofia não teve como pressuposto acabar com a mitologia, mas trouxe à sociedade uma forma diferente de pesquisa e análise, que vai além das explicações míticas ao focar no homem e nos seus saberes.

Saiba mais em: brainly.com.br/tarefa/24797725

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