Português, perguntado por mariagabriellap332e7, 1 ano atrás

Tive dificuldade na interpretação desse poema e, consequentemente, no encontro da alternativa correta. Achava que era a letra A. Alguém pode me ajudar por favor? (com explicação)

Dois parlamentos

Nestes cemitérios gerais
não há morte pessoal.
Nenhum morto se viu
com modelo seu, especial.
Vão todos com a morte padrão,
em série fabricada.
Morte que não se escolhe
e aqui é fornecida de graça.
Que acaba sempre por se impor
sobre a que já medrasse.
Vence a que, mais pessoal,
alguém já trouxesse na carne
esta morte em série.
Faz defuntos funcionais,
próprios a uma terra sem vermes.

A lida do sertanejo com suas adversidades constitui um
viés temático muito presente em João Cabral de Melo
Neto. No fragmento em destaque, essa abordagem
ressalta o(a)
A) inutilidade de divisão social e hierárquica após a morte.
B) aspecto desumano dos cemitérios da população carente.
C) nivelamento do anonimato imposto pela miséria na morte.
D) tom de ironia para com a fragilidade dos corpos e da terra.
E) indiferença do sertanejo com a ausência de seus próximos.

Soluções para a tarefa

Respondido por Diehgo
44
Acredito que é a ALTERNATIVA C porque nesse trecho "Vão todos com a morte padrão, em série fabricada" dá a entender que o anonimato é imposto pela morte porque ela não se importa com quem você é vivo e legitimo isso com esse trecho "Que acaba sempre por se impor sobre a que já medrasse", pois ela se impõe como soberana sobre os outros a qual ela nivela como iguais. 

mariagabriellap332e7: Verdade, muito obrigada!!
Diehgo: Por nada :)
Respondido por mayaravieiraj
30

A alternativa correta é a letra c) nivelamento do anonimato imposto pela miséria na morte.

Assim como a vasta maioria das obras do escrito João Cabral de Melo Neto, estão contidas diversas críticas sociais, características essas que estão presentes em todas as obras literárias e artísticas da escola literária denominada Modernismo brasileiro, na qual João Cabral de Melo neto fez parte da Terceira Geração modernista.

O modernismo brasileiro sempre buscava criar um sentimento de nacionalismo em seus leitores, através de contos e poesias que nos fizessem nos sentir especiais e únicos em meio ao caos que havia se instalado no Brasil nas últimas décadas e que agora buscava retomar a democracia.

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