História, perguntado por eduardoalbornozbraga, 3 meses atrás

Tirandentes virou herói nacional a ponto de possuir um feriado em abril. Porém, os líderes da Revolta de Búzios/Conjuração Baiana/ Revolta dos Alfaiates foram esquecidos pela história. Disserte sobre o processo de escolha dos líderes nacionais (quem faz a escolha, qual o papel da população nesse processo, quem é escolhido como herói, o que faz alguns personagens serem escolhidos e outros não etc)

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Respondido por tibesmaria
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Resposta:

Explicação:

Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, foi uma importante figura da história brasileira, e sua trajetória foi resgatada e mitificada a partir da Proclamação da República.

aquim José da Silva Xavier, mais conhecido como Tiradentes, é um dos grandes nomes da história brasileira e, durante décadas, sua imagem esteve associada com o heroísmo de alguém que lutou contra o domínio colonial português. Essa imagem mitificada de Tiradentes foi criada logo após a Proclamação da República e popularizou-se no Brasil.

Contexto

Joaquim José da Silva Xavier nasceu em 12 de novembro de 1746, na Capitania de Minas Gerais. Seus pais faleceram quando Joaquim José era ainda uma criança e, por causa das dívidas, ele e seus irmãos perderam todas as suas propriedades. Na vida adulta, inicialmente, ele dedicou-se ao comércio, no entanto, não teve sucesso nesse ofício.

Joaquim José também trabalhou como cirurgião dentista – ofício que havia aprendido com seu tio Sebastião Ferreira Leitão – o que lhe rendeu o apelido de Tiradentes. A partir de 1780, Tiradentes alistou-se na Cavalaria da Capitania de Minas Gerais no posto inicial de alferes. Nessa função, Tiradentes foi designado para realizar a patrulha do “Caminho Novo”, uma importante estrada que ligava as zonas mineradoras da capitania à capital, Rio de Janeiro.

Tiradentes permaneceu na cavalaria até 1787, quando pediu licença da corporação, pois estava insatisfeito com o fato de não conseguir uma promoção de posto e por ter perdido o comando da patrulha do Caminho Novo. É nesse contexto que Tiradentes, descontente com o domínio colonial, teve acesso aos ideais revolucionários que circulavam em Minas Gerais.

A difusão desses ideais revolucionários inspirava-se nos ideais iluministas e liberais que estavam em evidência naquele momento. Os membros da elite mineradora de Minas Gerais estavam extremamente insatisfeitos com o domínio colonial em razão dos altos impostos que eram cobrados, sobretudo, pela divulgação de uma derrama para breve (derrama era uma cobrança obrigatória que Portugal realizava para alcançar a meta de imposto estipulada).

As ideias de conspiração contra Portugal entre a elite mineradora começaram a ser alimentadas no começo da década de 1780 e ganharam força até o final dessa década, à medida que a insatisfação local crescia. A partir de 1788, o movimento iniciou-se de fato com a ocorrência de reuniões secretas e com a definição do início do motim para fevereiro de 1789 – data em que ocorreria a derrama.

A conspiração, no entanto, nunca se concretizou, pois, no começo de 1789, os inconfidentes foram denunciados por Joaquim Silvério dos Reis, um dos envolvidos na conspiração. Silvério dos Reis possuía dívidas enormes com Portugal e encontrou na denúncia da conspiração a forma de livrar-se de seus débitos com a Coroa.

A respeito da denúncia de Joaquim Silvério dos Reis, as historiadoras Lilia Schwarcz e Heloisa Starling afirmam: “[Joaquim Silvério] Contou tudo minuciosamente, várias vezes e por escrito: os detalhes da conspiração, a senha, o nome dos principais conjurados, o projeto político, a estratégia militar”|1|.

Com a denúncia de Silvério dos Reis, a Coroa portuguesa agiu e prendeu todos os envolvidos, inclusive o próprio Tiradentes, que foi localizado no Rio de Janeiro. A partir disso, iniciou-se um longo processo de julgamento no qual os acusados foram interrogados por diversas vezes ao longo de um período de três anos.

Envolvimento e julgamento de Tiradentes

Diferentemente do que muitos acreditam, Tiradentes não era o líder da Inconfidência Mineira, o que, no entanto, não apaga o fato de que ele teria sido um dos que mais se envolveram com a conspiração. Os historiadores afirmam que Tiradentes cumpria a importante tarefa de ser a conexão dos conspiradores com as pessoas das camadas mais pobres da sociedade.

Assim, com a interlocução de Tiradentes, a conspiração foi propagandeada por diversos grupos sociais distintos. Sobre seu papel na Inconfidência Mineira, Schwarcz e Starling afirmam que “Tiradentes foi o mais ativo propagandista das ideias que sustentaram o projeto político da Conjuração Mineira e o grande responsável por colocá-las em circulação no interior de uma rede formada pelo entrecruzamento de diferentes grupos sociais”|2|.

Quando o movimento foi denunciado, Tiradentes estava em viagem na cidade do Rio de Janeiro, local onde foi preso pelo seu envolvimento com a conspiração. O longo processo de julgamento dos inconfidentes estendeu-se por três anos, e a sentença saiu no dia 18 de abril de 1792. Entre os julgados, alguns foram condenados ao degredo e outros, à morte, no entanto, somente Tiradentes teve sua pena mantida.

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