Tido como perigoso durante décadas, o ovo foi reabilitado por pesquisadores do mundo todo. E atenção: ele não aumenta as taxas de colesterol no sangue como se pensava. De quebra ajuda a emagrecer.
“Agora essa. Descobriram que o ovo, afinal, não faz mal. Durante anos nos aterrorizaram. Ovos eram bombas de colesterol. Não eram apenas desaconselháveis, eram mortais. Você podia calcular em dias o tempo de vida perdido cada vez que comia uma gema.” Assim começa a crônica Ovo, em que o escritor Luis Fernando Veríssimo demonstra sua indignação por ter sido afastado dessa iguaria durante um bom pedaço da sua vida — restrição que não foi exatamente fácil para ele. “Sei não, mas me devem algum tipo de indenização. [...] O fato é que quero ser ressarcido de todos os ovos fritos que não comi nestes anos de medo inútil. E os ovos mexidos, e os ovos quentes, e as omeletes babadas, e os toucinhos do céu, e, meu Deus, os fios de ovos. Os fios de ovos que não comi para não morrer dariam voltas no globo. Quem os trará de volta?
” Bem, a má notícia é que ninguém trará os fios de ovos de volta. E, claro, não há quem pense em propor uma indenização aos apreciadores desse alimento. A boa nova é que, nos últimos anos, o ovo realmente vem sendo objeto de uma reabilitação poucas vezes vista na história da Medicina. Até mesmo os cardiologistas mais radicais, aqueles que demonizaram os ovos como os maiores vilões da saúde do coração, começam a rever suas posições. A virada se deve a uma série de estudos científicos, muitos deles com dezenas de milhares de participantes, que mostram de maneira muito contundente que a sua condenação foi uma espécie de julgamento sumário. Se fosse uma questão criminal, seria um caso clássico de erro jurídico. Analisadas as evidências, veio a público um novo veredicto: o ovo está absolvido. E as provas, diga-se, não são poucas. (...)
Com o avanço da Medicina, descobriu-se que apenas uma pequena parcela do colesterol sanguíneo provém da dieta — a maior parte é produzida pelo próprio organismo. Portanto, elevar a ingestão de colesterol não provoca necessariamente elevação significativa dos níveis da substância.
Essas evidências levaram a Associação Americana do Coração a revisar nos últimos anos suas influentes diretrizes dietéticas. O colesterol da alimentação, segundo seus membros, ainda deve ficar restrito aos 300 miligramas diários. Mas o veto ao ovo tornou-se mais ameno — o que é um sinal de maturidade científica. Algumas pessoas, como os diabéticos e aqueles que já sofreram infartos, devem obedecer realmente à antiga limitação de três unidades semanais. Aos demais indivíduos a mensagem é clara: o ovo está liberado. Infelizmente, sem a possibilidade de indenização para quem sentiu sua falta no prato esses anos todos. Tito Montenegro. In: Nutrição. Revista Saúde. Jun. 2007. p. 21-25.
Leia o texto e responda as perguntas .
De acordo com o texto, podemos afirmar que: *
( ) Os apreciadores de ovo estão exigindo uma indenização pelos ovos que deixaram de comer.
( ) O ovo pode ser livremente consumido por pessoas com diabetes e histórico de doenças cardíacas.
( ) Estudos científicos no mundo todo mostram que o ovo não é rico em colesterol como se pensava.
( ) O colesterol que ingerimos não é o maior responsável pelo aumento de seus níveis no sangue.
( ) Na história da Medicina, é relativamente comum um alimento ser considerado nocivo à saúde e, algum tempo depois, acontecer o contrário.
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Resposta:
Estudos científicos no mundo todo mostram que o ovo não é rico em colesterol como se pensava
gabilevitaxavier07:
Obrigada Karol ❤️❤️❤️❤️
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