Filosofia, perguntado por sophiagabi, 11 meses atrás

Textos: Convite à Filosofia de Chauí (Unidade 8 – Cap. 11 e Curso de Filosofia de Antônio Rezende – cap. 15 – Visões da Modernidade)

1. Explique as três experiências totalitárias do século XX apontadas nos textos:
2. Como a democracia foi fundamental (segundo o texto) para a reconstrução do Estado Democrático de Direito?
3. De que modo os filósofos Habermas e Hannah Arendt resgatam a experiência originária de Política?
4. Explique Michel de Foucault e as Relações de Poder:

Soluções para a tarefa

Respondido por elamambretti
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Olá,

1. As três experiências totalitárias: O totalitarismo: com duas práticas diferentes: o nazismo, na Alemanha e o fascismo, na Itália. O nazismo. Decorrente das grande dívidas acumuladas na derrota de I guerra mundial, Hitler, subsidiado por ideais marxistas, porém sem a revolta do proletariado, propõe o fortalecimento do Estado, o nacionalismo geo-político, e a aliança com setores conservadores do capital industrial e do capital financeiro. Eleito, em eleições diretas e livres, Hitler se desfaz do parlamento e institui o Nazismo.

O fascismo. Mesmo do lado vencedor na I Guerra Mundial, a Itália não considerava recompensada pelos gastos e tentava se manter as custas das colonias africanas. Mussolini, assim como Hitler, se apoia ao marxismo na crítica ao liberalismo, porém também se apõe a luta do proletariado. Propôs então. fortalecimento do Estado, um nacionalismo através da glória do Império Romano, e a aliança com setores industriais e financeiros.

São aspectos comuns entre o socialismo e o fascismo: antiliberalismo, com total intervenção do Estado na economia e na relações sociais; colaboração de classes, quando capital e trabalho não se antagonizam; monopólio do capital industrial e financeiro, com aumento de território e acúmulo de capital; nacionalismo, unificação territorial, étnica, linguística e cultural; corporatismo, relações de capital e trabalho organizadas pelo Estado; partido político único, representativo da classe trabalhadora; formação da ideologia da classe média, nem trabalhadores proletários, nem detentores de capital, são os profissionais liberais, intelectuais, artistas, artesãos e funcionários públicos; imperialismo belicista, conquistas militares expansionistas; educação moral e cívica, apreensão dos valores nazi-fascistas, propaganda de massa, impondo adesão à pátria; prática de censura e delação, controle do pensamento e práticas de perseguição a dissidentes, racismo, principalmente no nazismo, impondo a destruição de outras raças, negros, judeus, poloneses, tchecos, ciganos...; estatismo, forte oposição ao liberalismo e totalitarismo: o Estado organiza e controla todos os setores da sociedade.

O totalitarismo stalinista. Com fortes traços semelhantes ao nazi-fascismo, porém com significativa diferença no papel do proletariado, quando teóricos do partido, redefiniram as ciências, determinando "formas corretas do pensamento", destruindo a memória de lutas de classes e instituindo uma nova história. Foi instituído assim uma nova formação social.

2) Após o término da II Guerra Mundial, houve a separação entre dois grandes eixos sócio-políticos: o bloco capitalista, tutelado pelos Estados Unidos, e o bloco  comunista, submetido a União Soviética e a China, fortemente amparados por recursos armamentistas. Em defesa do capitalismo, foi implantado o Estado do Bem Estar Social, contrapondo aos trabalhadores explorados no regime socialista e suas imposições Estatais. Cria-se então, a necessidade de uma prática política que possa corrigir os problemas econômicos e sociais. Por um lado, o socialismo considera o capitalismo destruidor da ordem político-social, pois abandona a sociedade à cobiça desmedida dos ricos e poderosos, por outro, os estados capitalistas que afirmam  preocuparem-se com a opressão e buscarem a liberdade, surge o pensamento democrático, ampliando a princípio, os direitos e a representatividade dos cidadãos.

Diferente da sociedade liberal, que limitava os direitos políticos aos proprietários privados dos meios de produção, a democracia moderna, amplia a participação dos cidadãos no poder, ainda que de forma representativa, permitindo a elegibilidade de qualquer cidadão, transformando assim a formação de um Estado que passa do real ao de Direito: direitos políticos, direitos sociais, direito à segurança.

3) Para Hannah Arendt, o que sustenta a  tradição do pensamento político, foi o poder e o domínio do  homem pelo homem.  O poder não como uma coisa ou  propriedade de um único indivíduo,  sem o povo ou o grupo não há poder. Viu no surgimento do totalitarismo, a destruição radical do toda esfera pública e uma invasão na esfera privada do homem.

Para Habermas, a partir da análise do trabalho e das regras que definem o agir humano, é possível determinar o agir humano como um todo. Vê nas interações sociais, realizações cooperativas com objetivo de sucesso de uma ação.

4) Michel Foucault (1926-1984), questionou os temas tradicionais da filosofia, o próprio agir humano, onde as sociedades modernas apresentam uma nova relação de poder. Se tradicionalmente o poder era conhecido de forma repressiva, na forma moderna do capitalismo seria ineficaz, pois considera que se a a forma de dominação fosse violenta, os movimentos de libertação teriam maior êxito, porém reconhece novos e sutis modos de dominação. Para Foucault, o poder é resultado do saber. O conhecimento é produtivo e positivo, não estando nunca separados, onde a verdade é fruto do exercício do poder.






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