texto "Tengo", de nicolás guillén, considerado o "Poeta nacional de Cuba". retratado na obra como ótimo espelho da Revolução.
redação emergência concordância enem (alguém me ajuda por tudo que é mais sagrado)
Soluções para a tarefa
Cuba: um extenso lagarto verde com olhos de pedra e água, que
abriga uma nação marcada por anos de lutas e conquistas. Seus olhos podem
ver imensas tempestades de povos e costumes: partir, chegar, nascer e
sempre resistir. É esse o principal enfoque da poesia de Nicolás Guillén que,
através desse ir e vir, viver e resistir nos permite sair e conhecer outras
culturas, em uma troca de experiências e valores enriquecedores.
No que se refere ao cenário literário cubano, José María Heredia
(1803-1839), José Martí (1853-1895) e Nicolás Guillén (1902-1989) são
considerados como os principais autores responsáveis por traduzir
literariamente as etapas do processo de formação do povo cubano.
O ano de nascimento de Nicolás Guillén foi marcado pela instituição da
República de Cuba. O poeta cubano pertence à geração que sofreu com maior
intensidade a frustração da independência dentro das condições semi-coloniais
impostas pelo imperialismo norte-americano. Ele é fruto da união entre o
jornalista Nicolás Guillén Urra, de origem branca, e de Argelia Batista, filha de
escravos. O pai do poeta faleceu vítima da repressão a uma revolta política,
fato que abalou radicalmente a situação econômica da família Guillén.
Guillén começou a publicar seus escritos por volta de 1917 com
influências modernistas. Nota–se também em sua obra que o poeta era leitor
assíduo dos clássicos espanhóis como Lope de Vega, Miguel de Cervantes,
Quevedo, Luis de Góngora, com relevantes influências de Gustavo Bécquer. A
obra de Guillén se enraíza na poesia patriótica de Heredia, que foi precursor do
processo da Revolução Cubana, e que, através de Martí, se propaga com seus
escritos o clamor do povo em luta pela independência.
O processo de ruptura com a estética modernista pode ser observado a
partir de sua composição “Al margen de mis libros de estudio”. Depois de um
longo tempo sem escrever, Guillén retoma o hábito como ofício inspirado pelo
movimento vanguardista – um grupo composto por artistas e intelectuais
inconformados com as normas acadêmicas e a retórica dos valores
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convencionais. É esse o acontecimento crucial para impulsionar a força
criadora do poeta que teve seu ponto de partida nas asas do Cisne modernista
do nicaraguense Rubén Darío.
A poesia de Nicolás Guillén percorre e faz uso de todos os explosivos e
encantadores ingredientes desse mundo latino-americano, caribenho, negro e
cubano. É como um poeta-jogral que consegue, em sua primeira etapa
madura, desenvolver uma estética pessoal e, através dela, abordar toda a
memória dos rituais da festa pagã, da resistência do índio e do crioulo.
Fortemente ligado às suas origens, plasma em sua poesia todas as imagens
contempladas por seus olhos ao longo de sua vida. Tem- se como resultado
uma profícua mescla de sonoridade caribenha, pintada de negro e com um
toque de “ron” e “melaza”.
Cultiva o interesse em descobrir, no cotidiano de seu povo, cenas
corriqueiras que contam muito mais que seus costumes, pois são descritas
com o deslumbre, o respeito e a ironia de quem fez parte desse universo. O
poeta, além de ser o resultado da rica profusão de diferentes etnias e culturas,
é também testemunha ocular dos momentos mais comoventes de seu povo e,
em alguns casos, de outras comunidades. Discorramos agora sobre algumas
de suas obras.