Sociologia, perguntado por evelyn987654, 6 meses atrás

Texto para questão 6 - A mulher que comeu o amante […] Era questão de ponto de vista. Podia matar sumariamente que ninguém saberia jamais. Mas ele já se viciara com a justiça. Precisava achar uma desculpa, um pé qualquer para justificar seu crime e começou a nutrir um ódio feroz pelo velho. Foi Camélia que propôs um dia: – Bamo matá o cujo? De tarde, o velho estava agachado, santamente despreocupado, cochilando na porta do rancho, quando o primo deu um pulo em cima dele, e numa mão de aloite desigual, sojigou o bruto, amarrou-lhe as mãos e peou-o. O velho abriu os olhos inocente e perguntou que brinquedo de cavalo que era aquele. — Que nenhum brinquedo, que nada, seu cachorro! ocê qué me matá, mais in antes de ocê me jantá eu te armoço, porqueira. Vou te tacá ocê pras piranhas comê, viu! Januário pediu explicação: – Apois se é pra móde a muié ocê num carece de xujá sua arma. Eu seio que ocês tão viveno junto e num incomodo ocês, mas deixa a gente morrê quando Deus fô servido. – Depois fez uma careta medonha e seus olhos murchos, cansados, encheram-se de lágrimas, que corriam pela barba branca e entravam na boca contraída. O moço, porém, falava com uma raiva convicta, firme, para convencer a si mesmo da necessidade do ato: — Coisa ruim, cachorro, farso. A covardia, a fraqueza do velho davam-lhe força, aumentavam a sua barbaridade. E foi daí que ele carregou Januário e o atirou ao poço, entre os garranchos e as folhas podres. Uma lágrima ainda saltou e caiu na boca de Camélia que estava carrancuda e quieta atrás do primo. Ela teve nojo, quis cuspir fora, mas estava com tanta saudade de comer sal que resolveu engulir. O corpo de Januário deu uns corcovos elegantes, uns arrancos ágeis; depois uns passos engraçados de cururu ou de recortado e se confundiu com o sangue, com os tacos de porcaria. […] (ÉLIS, Bernardo. A mulher que comeu o amante. In: ______. ​Melhores contos​. 4. São Paulo: Global, 2015. p. 20-21.) No texto, o velho Januário despertou achando que era vítima de uma “brincadeira de cavalo”. O brincar de cavalo era algo comum nas fazendas, conta Gilberto Freyre, em sua obra clássica ​Casa-Grande & Senzala​. Diz o autor que, nos divertimentos infantis, os moleques afrodescendentes “serviam para tudo: eram bois de carro, eram cavalos de montaria, eram bestas de almanjarras, eram burros de liteiras e de cargas, as mais pesadas. Mas principalmente, cavalos de carro” (FREYRE, 2005, p. 419). (FREYRE, G. ​Casa-Grande & Senzala​. São Paulo: Global, 2005.) Após a leitura e interpretação do texto Responda a questão 6 abaixo: 6 – (1,25) Acerca de tais relações entre os grupos sociais da casa grande e da senzala, assinale a alternativa correta: (a) No Brasil, o divertimento entre os dois grupos tem sido uma forma de relação passageira, de caráter inconsequente, pois, ao se tornarem adultos, cada um se comporta de acordo com as regras sociais e a etiqueta pertinentes ao próprio grupo de convívio. (b) Os divertimentos descritos e o papel subalterno dos afrodescendentes indica uma forma de relação social comum no Brasil, em que a discriminação racial é combinada com demonstrações de afetividade. (c) As brincadeiras infantis descritas e seu abandono nos dias atuais demonstra que no Brasil a diversão foi uma maneira de superar o preconceito racial e gerar políticas públicas guiadas pelo ideal igualitário. (d) O autor, nessa obra clássica, descreve a convivência violenta entre as crianças, apontando como elas podem resistir conscientemente aos preconceitos raciais e criar uma política caracterizada pela cidadania, mantendo a interação produtiva entre casa-grande e senzala.

Soluções para a tarefa

Respondido por juliaalss
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Numa frequência que seus olhos não captam – enxergamos o mundo por uma fresta do espectro eletromagnético – passam pulsos curtos e manifestam-se fluxos constantes de energia. (…) Se fosse possível enxergar no infravermelho próximo, frequência próxima da luz visível, você teria os olhos grandes com que ufólogos descrevem supostos alienígenas surpreendidos em incursões dissimuladas pela Terra. Mas o olho humano foi “pacientemente esculpido” pelo Sol, embora uma ideia como esta possa parecer um pouco surpreendente. Nossos olhos são detectores biológicos de uma parte da energia emitida por uma estrela amarela de meia-idade. Se fosse uma estrela vermelha e envelhecida, nosso olho seria maior.

(Ulisses Capozzoli. Scientific American Brasil, fevereiro 2011. Adaptado.)

Neste fragmento de texto, o autor estabelece uma interessante correlação entre um fenômeno físico e um fenômeno biológico. Com base nas afirmações ali contidas, pode-se afirmar corretamente que:

a) os fenômenos da física, como o espectro luminoso, não têm influência sobre as formas dos organismos, uma vez que estas são determinadas pela seleção natural. Se fosse o contrário, nosso olho seria bem maior.
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