Texto para as questões de 09 a 11A Esmeralda e o Camafeu01— Se eu encontrasse!...02— Então?... que faria?...03— Atirar-me-ia a seus pés, abraçar-me-ia com eles e lhe diria:04“Perdoai-me, perdoai-me, senhora, eu já não posso ser vosso esposo!05tomai a prenda que me deste...”06E o infeliz amante arrancou debaixo da camisa um breve, que07convulsivamente apertou na mão.08— O breve verde!... exclamou D. Carolina, o breve que contém09a esmeralda!...10— Eu lhe diria, continuou Augusto: “recebei este breve que já11não devo conservar, porque eu amo outra que não sois vós, que é12mais bela e mais cruel do que vós!...”Pr«n a Tipo Apág.9Cinço* II-III13A cena se estava tornando patética; ambos choravam e só14passados alguns instantes a inexplicável Moreninha pôde falar e15responder ao triste estudante.16— Oh! pois bem, disse; vá ter com sua desposada, repita-lhe o17que acaba de dizer, e se ela ceder, se perdoar, volte que eu serei18sua... esposa.19— Sim... eu corro... Mas, meu Deus, onde poderei achar essa20moça a quem não tornei a ver, nem poderei conhecer?... onde meu21Deus?... onde?...22E tornou a deixar correr o pranto, por um momento suspendido.23— Espere, tornou D. Carolina, escute, senhor. Houve um dia,24quando a minha mãe era viva, em que eu também socorri um velho25moribundo. Como o senhor e sua camarada, matei a fome de sua26família e cobri a nudez de seus filhos; em sinal de reconhecimento27também este velho me fez um presente: deu-me uma relíquia28milagrosa que, asseverou-me ele, tem o poder uma vez na vida de29quem a possui, de dar o que se deseja; eu cosi essa relíquia dentro30de um breve; ainda não lhe pedi coisa alguma, mas trago-a sempre31comigo; eu lha cedo... tome o breve, descosa-o, tire a relíquia e à32mercê dela encontre sua antiga amada. Obtenha o seu perdão e33me terá por esposa.34— Isto tudo me parece um sonho, respondeu Augusto, porém,35dê-me, dê-me esse breve!36A menina, com efeito, entregou o breve ao estudante, que37começou a descosê-lo precipitadamente. Aquela relíquia, que se dizia38milagrosa, era sua última esperança; e, semelhante ao náufrago que39no derradeiro extremo se agarra à mais leve tábua, ele se abraçava40com ela. Só falta a derradeira capa do breve... ei-la que cede e41se descose... Salta uma pedra... e Augusto, entusiasmado e como42delirante, cai aos pés de D. Carolina, exclamando:43— O meu camafeu!... o meu camafeu!...Joaquim Manoel de Macedo, A Moreninha.Questão n° 09No excerto, está presente:a)um narrador-observador que participa da cena apenas para produzir um efeito de comicidade, como em A cena se estava tornando patética (linha 13).b)o uso da primeira pessoa na voz narrativa, caracterizando um personagem com dupla função: narrador-personagem.c)um narrador-protagonista que conhece e participa de toda a história, impondo juízo de valores, como em E o infeliz amante arrancou debaixo da camisa um breve (linha 06).d)o recurso do flashback, iniciado com — Espere, tornou D. Carolina (linha 23), para elucidar uma ação ocorrida no passado com consequências no presente.e)um narrador que, em perspectiva futurista, exalta a vida moderna, a velocidade e a sociedade urbana.
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Olá!
Acerca do texto acima, que trata da obra "A moreninha", especificamente do capítulo "A esmeralda e o Camafeu", podemos afirmar que a alternativa correta compreende a letra a)um narrador-observador que participa da cena apenas para produzir um efeito de comicidade, como em A cena se estava tornando patética.
Isso ocorre porque no trecho em questão, podemos observar a presença de um narrador que atua como observador também na obra, evidenciando o tom patético do momento retratado.
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