TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
ADORMECIDA
UMA NOITE, eu me lembro... Ela dormia
Numa rede encostada molemente...
Quase aberto o roupão... solto o cabelo
E o pé descalço do tapete rente.
'Stava aberta a janela. Um cheiro agreste
Exalavam as silvas da campina...
E ao longe, num pedaço do horizonte,
Via-se a noite plácida e divina.
De um jasmineiro os galhos encurvados,
Indiscretos entravam pela sala,
E de leve oscilando ao tom das auras,
Iam na face trêmulos - beijá-la.
Era um quadro celeste!... A cada afago
Mesmo em sonhos a moça estremecia...
Quando ela serenava... a flor beijava-a...
Quando ela ia beijar-lhe... a flor fugia...
Dir-se-ia que naquele doce instante
Brincavam duas cândidas crianças...
A brisa, que agitava as folhas verdes,
Fazia-lhe ondear as negras tranças!
E o ramo ora chegava ora afastava-se...
Mas quando a via despertada a meio,
P'ra não zangá-la... sacudia alegre
Uma chuva de pétalas no seio...
Eu, fitando esta cena, repetia
Naquela noite lânguida e sentida:
"Ó flor! - tu és a virgem das campinas!
"Virgem! - tu és a flor da minha vida!..."
São Paulo, novembro de 1868.
ALVES, C. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1986, p.124-125.
8. No poema, há uma cena associada à lembrança do eu lírico. A permanência dessa cena é sugerida, sobretudo, pela
a) predominância de verbos no pretérito imperfeito.
b) predominância de adjetivos no grau comparativo.
c) presença acentuada de pronomes pessoais.
d) presença acentuada de artigos indefinidos.
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Resposta:
Letra D) presença acentuada de artigos indefinidos.
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