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O que o Brasil ganha com as mudanças climáticas2
Marcos Buckeridge é diretor do Instituto de Biociências da USP e presidente da Academia de Ciências do Estado de São Paulo
O Brasil precisa acordar. Diante do maior desafio já enfrentado pela humanidade, a
mudança
climática global, o Pais tem à sua frente uma janela de uma a duas décadas para despertar. Precisa intensificar programas de adaptação que, ao mesmo tempo, aproveitem as oportunidades que o enfrentamento das consequências desse grande problema oferece.
Evidências cientificas mostram que, até meados de 2040, o mundo deverá atingir a marca de 1,5 °C, caso continuemos emitindo gases de efeito estufa como ainda fazemos hoje. As pessoas perguntam: as o que significa para mim essa pequena variação de apenas 1 °C? De fato, 1 °C, ou mesmo 1,5, ou até 3°C podem significar muito pouco se considerarmos nossas preferências pessoais. Porém, uma variação na temperatura média mundial de 1,5 °C implica variações de temperatura, chuvas e vários eventos climáticos bem mais amplos e intensos do que o significado pessoal de 1,5 °C.
Os efeitos climáticos são, sobretudo, o que os climatologistas chamam de eventos extremos, ou seja, mudanças no clima local que provocam enchentes, secas, ondas de calor etc. A frequência desse tipo de evento já vem aumentando em vários lugares do planeta. Em outras palavras, teremos um maior número de noites quentes, maior frequência de tempestades, maior probabilidade de ocorrência de eventos mais fortes como furacões e tornados. Tudo isso exacerba os riscos relacionados à saúde humana, infraestrutura das cidades, agricultura e muitos outros setores da sociedade.
A Conferência das Partes (COP) 21, realizada em Paris em 2015, encomendou um relatório especial ao Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU. Os governos querem saber o que fazer para evitar que o mundo ultrapasse a marca de 1,5 2c.
O IPCC reuniu 91 pesquisadores de 40 países que trabalharam durante dois anos com a contribuição de mais 133 pesquisadores de todo o mundo. Os cientistas do IPCC examinaram mais de 6 mil publicações científicas e responderam a mais de 42 mil comentários de cientistas e governos dos 195 países da Organização das Nações Unidas (ONU). Estes números são importantes, pois salientam que as conclusões a que chegamos nesses relatórios são fortemente embasadas na melhor ciência que existe no mundo. Na sua imensa maioria, as publicações utilizadas são de papers cientificos editorados. Além disso, o IPCC proibe fazer prescrições políticas. Em outras palavras, não podemos indicar caminhos para os tomadores de decisão. As condusões são colocadas como o estado de arte da ciência naquele tópico e naquele momento; por isso, devem servir apenas como guia para que o tomador de decisão escolha por onde ir com embasamento sólido.
2. Após a leitura e compreensão do texto, responda às perguntas a seguir.
a. De acordo com o texto, defina o que é chamado de mudanças climáticas.
b. De acordo com o texto, quais são as consequências das mudanças climáticas na vida
das pessoas?
c. E você, o que pensa sobre as mudanças climáticas em relação às consequências
delas para as nossas vidas? Você acha que ainda é possível mudar o cenário atual?
3 Analise a imagem a seguir e, faça uma reflexão, evidenciando as inferências que
podem ser extraídas a partir dela. Registre as considerações
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