Texto no mínimo 18 linhas descrevendo os desafios atuais dos trabalhadores o desemprego a informalidade a conservação dos direitos adquiridos com a pandemia que estamos vivendo afeta o mundo do trabalho
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Resposta:
Estamos presenciando, no meio do furacão da crise global do sistema capitalista - que vem atingindo o coração do sistema capitalista, ou seja, o conjunto dos países centrais do Norte do mundo -, a erosão do trabalho contratado e regulamentado, herdeiro das eras taylorista e fordista, que foi dominante no século XX e que está sendo substituído pelas diversas formas de "empreendedorismo", "cooperativismo", "trabalho voluntário", "trabalho atípico", formas que mascaram frequentemente a autoexploração do trabalho.
E presenciando também a explosão do desemprego estrutural em escala global, que atinge a totalidade dos trabalhadores, sejam homens ou mulheres, estáveis ou precarizados, formais ou informais, nativos ou imigrantes, sendo que estes últimos são os primeiros a ser penalizados.
Os dados da OIT ainda acrescentam que cerca de 1,5 bilhão de trabalhadores sofrerão forte erosão salarial e aumento do desemprego nesse próximo período, conforme o Relatório Mundial sobre Salários 2008/2009.
Na China, com quase 1 bilhão de trabalhadores ativos, 26 milhões de ex trabalhadores rurais que estavam trabalhando nas indústrias das cidades acabam de perder seus empregos e não têm como encontrar trabalho no campo.
Na América Latina a OIT antecipou que, devido à crise "até 2,4 milhões de pessoas" poderiam "entrar nas filas do desemprego regional em 2009", somando se aos quase 16 milhões hoje desempregados.
E flexibilizar a legislação do trabalho, significa aumentar ainda mais os mecanismos de exploração do trabalho, destruindo os direitos sociais que foram arduamente conquistados pela classe trabalhadora desde o início da Revolução Industrial, na Inglaterra, e especialmente após 1930, quando se toma o exemplo brasileiro.
Se estas são algumas das respostas do capital para sua crise estrutural, as respostas das forças sociais do trabalham devem ser radicais.
Vale aqui lembrar uma contradição vital que entrelaça a sociedade do capital de nossos dias: quando os empregos se reduzem, aumenta o desemprego, a degradação social e a barbárie.
Se, em contrapartida, o capital retomar os níveis de crescimento, aumentará a destruição ambiental e a degradação da natureza, acentuando a lógica destrutiva do capital.
A construção de uma nova vida, dotada de sentido, recoloca, portanto, neste início do século XXI, a necessidade imperiosa de construção de um novo sistema de metabolismo social, de um novo modo de produção fundado na atividade autodeterminada.
Atividade baseada no tempo disponível para produzir valores de uso socialmente necessários, na realização do trabalho socialmente necessário e contra a produção baseada no tempo excedente para a produção exclusiva de valores de troca para a reprodução do capital.
1) o sentido essencial da produção e da vida devem estar voltados exclusivamente para o atendimento das efetivas necessidades humanas e sociais;
Durante a vigência do capitalismo, o valor de uso dos bens socialmente necessários subordinou-se ao seu valor de troca, que passou a comandar a lógica do sistema de produção do capital.
Tendo sido o primeiro modo de produção a criar uma lógica que não leva em conta prioritariamente as reais necessidades societais, o capital instaurou um sistema voltado para a sua autovalorização, que independe das reais necessidades autorreprodutivas da humanidade.
Desse modo, a construção de um novo modo de vida e de produção, voltado para o atendimento das necessidades humano-societais é o primeiro desafio mais profundo da humanidade neste novo século que se inicia.
Não deveremos ter nenhuma ilusão quanto às possibilidades de reforma e humanização do sistema sociometabólico vigente: ele tem uma lógica intrinsecamente destrutiva, traço que se acentuou sobremaneira nos últimos quarenta anos, em especial a partir da monumental reestruturação produtiva do capital em escala global.
uma nova forma de sociedade apenas será dotada de sentido e efetivamente emancipada quando as suas funções vitais, controladoras de seu sistema de metabolismo social, como tantas vezes indicou István Mészáros, forem efetivamente exercidas autonomamente pelos produtores associados, e não por um corpo exterior e controlador dessas funções vitais.
crise atual, seu traço agudamente destrutivo, quer no que tange à enorme massa de desempregados que está aumentando a cada dia em escala mundial, quer pela lógica que destrói a natureza num patamar jamais visto, tudo isso nos obriga a refletir, imaginar e pensar numa outra forma de sociabilidade autenticamente socialista, capaz de resgatar o sentido humano e social da produção, desestruturando o capital e, desse modo, gerando as condições sociais para o florescimento de uma subjetividade autêntica e emancipada, o que já seria um começo para o socialismo do século XXI.
:)