Texto I
Um dos mais recentes pontos da falta de sintonia ocorreu quando o presidente, em rede de TV e rádio, falou à Nação, ainda recentemente, procurando comover os ‘‘brasileiros’‘ e ‘‘brasileiras‘’ de que deseja administrar e também que precisava de cinco anos de mandato e apoio político decisivo. Terminada a fala presidencial, os mesmos órgãos de comunicação divulgaram o aumento do preço do combustível, contrastando, pela infelicidade do momento da divulgação, com o objetivo de Sarney
Texto II
Promulgado tal como está, o projeto da Comissão de Sistematização […] determinaria a inviabilidade econômica do país, o retrocesso tecnológico, a vitória de um sindicalismo arcaico e corporativista; traria avanços no campo da liberdade de expressão, dos direitos individuais e da organização da família; e submeteria o sistema democrático aos equívocos, iniquidades e dúvidas de uma arriscada experimentação parlamentarista.
(Unicamp-SP) Compare os dois trechos e indique aquele que lhe parece mais adequado ao grau de formalidade exigido por um editorial jornalístico. Justifique sua escolha, comentando o uso, no trecho rejeitado, de recursos vocabulares e gramaticais.
Soluções para a tarefa
Resposta:
O texto que mais se aproxima do grau de formalidade exigido por um editorial jornalístico, sem dúvida, é o segundo. Quanto ao primeiro, há vários motivos para recusá-lo:
1. Logo na primeira frase, há o uso de uma dessas palavras de sentido genérico e indeterminado: “Um dos mais recentes pontos da falta de sintonia […]” Em vez de pontos, seria mais apropriado indicadores.
2. Há redundância também comprometedora do estilo formal e planejado: o adjetivo recentes, que aparece de início, vem descuidadamente reiterado por uma expressão adverbial “[…] falou à Nação, ainda recentemente”.
3. O verbo comover, equivocadamente usado no sentido de convencer, acaba por seguir uma regência que lhe é estranha: não é do português culto uma regência do tipo comover alguém de alguma coisa.
4. A oração “que precisava de cinco anos de mandato”, do modo como está, fica solta, sem a preposição que marque a sua subordinação. Para agravar ainda mais a desarticulação, os verbos deseja e precisava ocorrem em tempos diferentes, sem que haja nenhuma justificativa para isso: ambos indicam ações simultâneas.
Explicação:
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