Question

TEXTO I
“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto, Que para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite, enquanto
A Via Láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: “Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?”
E eu vos direi: “Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas”.
BILAC, O. Via Láctea. In: TEIXEIRA, I. (Org.). Poesias. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
TEXTO II
“Ora (direis) fazer poemas! Certo perdeste o senso!” E eu vos direi também que, para fazê-los, muita vez desperto
e encontro os bolsos sem nenhum vintém. Mas vou seguindo o meu futuro incerto compondo versos, muito mal ou bem, enquanto vejo algum fulano esperto nadando em cifras que tão poucos têm. Direis agora: – Sendo assim desiste!
O que procuras, tresloucado amigo,
pode ser nobre, mas também é triste!
E eu vos direi: Amai!... Amai primeiro! Pois só quem ama pode ter consigo tantos poemas e nenhum dinheiro!
FERREIRA, M. Fazer Poemas. A hora do silêncio azul. Os textos I e II se aproximam não só pela semelhança formal,
mas também por possuírem um eu lírico que
A. enaltece a idealização dos amores inalcançáveis.
B. reflete sobre a inspiração no trabalho do fazer poético.
C. assume uma posição fantasiosa diante das dificuldades da vida.
D. considera os elementos naturais como eco da sua subjetividade.
E. reforça a produção poética acima das necessidades do indivíduo.

Answer 1

Resposta:

c-assume uma posição fantasiosa diante das dificuldades da vida