TEXTO I - NÃO HÁ VAGAS
Ferreira Gullar
O preço do feijão
não cabe no poema. O preço do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás a luz o telefone
a sonegação do leite
da carne do açúcar do pão
O funcionário público não cabe no poema com seu salário de fome sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabe no poema o operário
que esmerila seu dia de aço e carvão
nas oficinas escuras
- porque o poema, senhores, está fechado:
"não há vagas"
Só cabe no poema
o homem sem estômago a mulher de nuvens
a fruta sem preço
O poema, senhores, não fede
nem cheira.
1. (1,0) O poeta Ferreira Gullar, em seu poema “Não há vagas”, cria um paradoxo. A alternativa que assinala a
melhor justificativa para essa criação, de acordo com o texto, tomando por base as denúncias nele apontadas
é:
(A) Seu discurso em nada se adequa a uma situação paradoxal, já que não se baseia em denúncias.
(B) Seu discurso é nitidamente contraditório: afirma não ser o poema espaço de denúncia, mas reiteradamente
denuncia.
(C) Seu discurso é nitidamente coerente: afirma ser o poema espaço de denúncia e reiteradamente denuncia.
(D) Sua eloquência discursiva não nos permite concordar com o enunciado da questão.
hsomoshurb:
alg??????
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Resposta:
B
Explicação:
Ele faz uma critica a vários temas no poema, mas no literal está dizendo que não existe a possibilidade de denuncia em um texto como esse.
Paradoxo é uma ideia contraditória.
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