Texto I
Leia o excerto da música “equalize” da cantora Pitty.
Às vezes se eu me distraio
Se eu não me vigio um instante
Me transporto pra perto de você
Já vi que não posso ficar tão solta
[...]
Disponível em: . Acesso em: 04 maio 2020.
Texto II
Pela interpretação da gramática normativa tradicional, a colocação do pronome oblíquo átono “me” em “Me transporto pra perto de você” está posicionado de forma “errada”, pois não cabe próclise (antes do verbo) segundo a forma padrão da língua portuguesa. Pela teoria da Sociolinguística, a colocação pronominal enclítica está adequada aos costumes linguísticos brasileiros, por se tratar de uma adequação à forma culta contemporânea.
SILVA. Vera Lucia da. Linguística II. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2020. [Unidade II].
Diante da liberdade da letra musical no texto I e explicação da colocação pronominal no texto II, assinale a alternativa com a análise correta.
Alternativas
Alternativa 1:
Pela teoria da sociolinguística, a liberdade da colocação enclítica pronominal está adequada, pela intuição do falante nativo que se sente, foneticamente, mais confortável em dizer "me transporto".
Alternativa 2:
Pela gramática normativa tradicional, a oração analisada está "errada" porque todos os pronomes oblíquos átonos devem iniciar as frases com verbos, exceto o "me" que deve estar posicionado encliticamente.
Alternativa 3:
Pela teoria da sociolinguística, a oração analisada está "errada" porque jamais se deve começar uma oração com um pronome oblíquo átono, pois a regra permanece, diante de qualquer situação formal e informal.
Alternativa 4:
Pela gramática normativa tradicional, a oração analisada está "correta" porque todos os pronomes oblíquos átonos devem iniciar as frases com verbos, exceto o "me" que deve estar posicionado mesocliticamente.
Alternativa 5:
Pela teoria da sociolinguística, a oração analisada está inadequada porque o Português do Brasil, por ser uma língua de colonização, deve manter a tradição e as regras impostas pela língua colonizadora portuguesa.
Soluções para a tarefa
Resposta: alternativa III - Pela teoria da sociolinguística, a oração analisada está "errada" porque jamais se deve começar uma oração com um pronome oblíquo átono, pois a regra permanece, diante de qualquer situação formal e informal.
Explicação:
Iniciar uma frase com pronome é um mau começo!
É regra da colocação pronominal, não começar frase com pronome oblíquo átono (me, se, te, a, o, lhe, nos, vos, as, os, lhes), deve-se começar a frase com o verbo e o pronome se colocado na sequência.
A resposta correta é a alternativa 1 (Pela teoria da sociolinguística, a liberdade da colocação enclítica pronominal está adequada, pela intuição do falante nativo que se sente, foneticamente, mais confortável em dizer "me transporto"). A presente questão coloca diante de nós uma oração (“Me transporto pra perto de você”) que não é aceita pela gramática normativa tradicional, mas que é considerada adequada pela sociolinguística.
Uso dos pronomes oblíquos átonos nas orações
A gramática normativa tradicional se difere da chamada sociolinguística no que se refere ao cumprimento rigoroso das regras gramaticais da chamada norma culta. Uma oração gramaticalmente correta é aquela que segue essas regras.
Por outro lado, a sociolinguística tem como foco a linguagem relacionada com o seu contexto social e cultural. Ou seja, em uma análise sociolinguística, pode ser adequado e aceito não seguir certas regras gramaticais da norma culta, desde que isso reproduza a maneira como falam as pessoas de determinada sociedade.
A questão nos coloca diante da seguinte oração: “Me transporto pra perto de você”. Pelas regras gramaticais da norma culta, está errado usar próclise no início de uma oração. Em outras palavras, está errado usar o pronome oblíquo átono antes do verbo, começando a oração.
A sociolinguística, por outro lado, aceita esse tipo de próclise, considerando que o brasileiro nativo fala normalmente dessa forma (“Me transporto”, e, não, “Transporto-me”).
Vale destacar que, na alternativa 1, onde está escrito "a liberdade da colocação enclítica pronominal está adequada", podemos entender "liberdade" como "não obrigatoriedade". Ou seja, a alternativa 1, está dizendo que, pela sociolinguística, podemos não colocar a ênclise, seguindo a intuição do falante nativo que se sente, foneticamente, mais confortável em dizer "me transporto".
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