TEXTO I
Frantz Fanon publicou pela primeira vez, em 1952, seu estudo sobre colonialismo e racismo, Pele negra, máscaras brancas. Ao dizer que "para o negro, há somente um destino" e que esse destino é branco, Fanon revelou que as aspirações de muitos povos colonizados foram formadas pelo pensamento colonial predominante.
TEXTO II
Mesmo que não queiramos cobrar desses estabelecimentos salões de beleza) uma eficácia politica nos moides tradicionais da militância, uma vez que são estabelecimentos comerciais e não entidades do movimento negro, o fato é que, ao se autodenominarem "étricos" e se apregoarem como divulgadores de uma autoimagem positiva do negro em uma sociedade racista, os salões se colocam no cerne de uma luta politica e ideológica.
Os textos apresentam uma mudança relevante na constituição identitária frente à discriminação racial. No Brasil, o desdobramento dessa mudança revela o(a)
(a) valorização de traços culturais.
(b) utilização de resistência violenta.
(c) fortalecimento da organização partidària.
(d) entraquecimento dos vinculos comunitarios.
(e) aceitação de estruturas de submissão social.
Soluções para a tarefa
resposta correta é a alternativa D
O desdobramento que se encaixa na narrativa dos textos é o enfraquecimento dos vínculos comunitários. Logo, a alternativa D deve ser escolhida.
O que ocorre nestes textos é a tentativa forçada de colocar até "salões de beleza" e outras estabelecimentos comerciais no centro da vida política e ideológica. Em outras palavras, o intuito é politizar até mesmo a vida comum, o trabalho e a família das pessoas.
Por que?
Porque se cada ato humano é ideologizado e abarcado pelo conceito de "luta", a luta se autojustifica no seu reducionismo raso: deixa-se de se enxergar que a vida é muito mais complexa do que a dicotomia opressor-oprimido que enxerga em tudo algum resquício de racismo estrutural.
Um dos exemplos mais escancarados se dá com a própria filosofia:
O papel do ensino da filosofia não é combater nem reforçar a predominância de qualquer tipo de pensamento, mas sim de colocar o leitor ou ouvinte da filosofia em contato com a realidade.
Neste sentido, a realidade nos exige a pergunta séria: o que é pensamento branco e o que é pensamento negro? O pensamento pode ser classificado pela cor de pele de quem o pensa?
Machado de Assis, negro, é representante do pensamento negro? Lima Barreto? Cruz e Sousa? E Joaquim Nabuco, branco, estudado na Europa e abolicionista, era representante do pensamento tido como "branco"?
Mais do que negro ou branco, tais autores tiveram como tarefa expandir nosso horizonte de consciência - tarefa esta essencial da literatura e da filosofia
A dicotomia criada apenas serve para reforçar uma narrativa de racismo estrutural - o que implica, na realidade, em colocar boa dose de racismo na premissa da pergunta.
A predominância do pensamento europeu, por exemplo, é a predominância do pensamento do homem ocidental, que inclui negros, pardos, amarelos, brancos, heterossexuais, homossexuais, mulheres, crianças e velhos. É o legado que Sócrates, Platão, Aristóteles, Epicteto, Marco Aurélio, Santo Agostinho, São Tomás, Descartes, Hume, Kant, Hegel, Nietzsche, Husserl e tantos outros deixaram para nós, independente da nossa cor, raça, credo ou sexo.
Reduzir a filosofia à dicotomias deste tipo é reduzir o tamanho gigantesco e milenar da filosofia à um problema circunstancial que deve ser, sim combatido, mas sem o sacrifício da filosofia aos ditames politicamente corretos que os tempos contemporâneos tentam exigir.
Para saber mais: brainly.com.br/tarefa/19238049